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Como os transgêneros devem usar banheiros nos Estados Unidos

O governo dos Estados Unidos entrou na discussão de como os funcionários transgêneros podem usar os banheiros nas empresas

Banheiro: pesquisas sugerem que os funcionários transgêneros muitas vezes evitam usar os banheiros públicos da empresa (Thinkstock/OTOBOR/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2015 às 22h06.

Para os transgêneros, uma atividade cotidiana tão comum como ir ao banheiro no trabalho pode ser complicada, confusa ou tão hostil que eles simplesmente deixam de ir.

Atualmente, os EUA não contam com nenhuma exigência federal específica para as políticas aplicadas a banheiros transgêneros no local de trabalho.

Mas nesta semana a Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA) do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou um relatório de boas práticas que recomenda que os funcionários transgêneros tenham acesso aos banheiros que correspondem à sua identidade de gênero.

“Uma pessoa que se identifica como homem deve ter permissão para usar o banheiro dos homens e uma pessoa que se identifica como mulher deve ter permissão para usar o banheiro das mulheres”, informa o relatório.

“O funcionário deve determinar a opção mais apropriada e segura para ele ou ela”.

O acesso ao banheiro é de jurisdição da OSHA porque evitar fazer as necessidades pode causar problemas sérios de saúde, como infecções urinárias e problemas intestinais e de bexiga.

No entanto, pesquisas sugerem que os funcionários transgêneros muitas vezes evitam usar os banheiros públicos da empresa.

Um pequeno estudo realizado pelo Instituto Williams, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), apontou que 70 por cento dos participantes haviam passado por negação do acesso às instalações, assédio verbal e agressão física ao usar banheiros públicos e 54 por cento deles relataram complicações físicas causadas pelo fato de evitar usar o banheiro.

“É incrivelmente importante que os funcionários entendam as reais consequências de saúde que ocorrem com os trabalhadores transgêneros quando o acesso aos banheiros é negado a eles”, disse Lisa Mottet, vice-diretora-executiva do Centro Nacional para Igualdade Transgênera, dos EUA.

O Instituto Williams estima que existam 700.000 adultos transgêneros nos EUA.


Gênero neutro

A melhor configuração possível para todos os funcionários de todas as identidades seria ter banheiros individuais de gênero neutro com sinalização apropriada, diz a OSHA.

Algumas jurisdições, como o Distrito de Columbia, já exigem que qualquer banheiro individual em espaços públicos seja neutro em relação ao gênero.

Mas para locais de trabalho que possuem banheiros individuais especificamente para o gênero masculino ou feminino, atualizá-los para banheiros neutros é tão simples e barato quanto tirar um ícone de masculino ou feminino.

Para os escritórios que possuem várias baias alinhadas em um banheiro, a nova recomendação do Departamento de Trabalho dos EUA aconselha a criação de banheiros neutros de ocupação múltipla.

Eles podem ser adaptados para oferecer mais privacidade: por US$ 30, a rede Home Depot vende capas que se aderem à porta do compartimento para eliminar espaços entre as paredes, por exemplo. A Human Rights Campaign também recomenda portas que vão do teto ao piso e paredes para as divisórias do banheiro.

Por motivos financeiros e arquitetônicos, nem todos os ambientes de trabalho poderão oferecer banheiros neutros de ocupação múltipla.

“Isso não necessariamente será uma solução única para todos”, disse Robin Maril, conselheiro legislativo sênior da Human Rights Campaign.

“Por isso, é importante que os empregadores sejam sensíveis e capacitem os funcionários para que usem as instalações que correspondem à sua identidade de gênero”.

Os empregadores podem fazer isso discutindo políticas claras durante sessões de orientação e reforçando-as no ambiente de trabalho com sinais ou uma linguagem clara para que até mesmo os visitantes entendam o sistema.

“Temos uma discussão geral sobre 'um problema com os banheiros'”, acrescentou Maril. “Não acho que isso seja estranho”.

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Para os transgêneros, uma atividade cotidiana tão comum como ir ao banheiro no trabalho pode ser complicada, confusa ou tão hostil que eles simplesmente deixam de ir.

Atualmente, os EUA não contam com nenhuma exigência federal específica para as políticas aplicadas a banheiros transgêneros no local de trabalho.

Mas nesta semana a Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA) do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou um relatório de boas práticas que recomenda que os funcionários transgêneros tenham acesso aos banheiros que correspondem à sua identidade de gênero.

“Uma pessoa que se identifica como homem deve ter permissão para usar o banheiro dos homens e uma pessoa que se identifica como mulher deve ter permissão para usar o banheiro das mulheres”, informa o relatório.

“O funcionário deve determinar a opção mais apropriada e segura para ele ou ela”.

O acesso ao banheiro é de jurisdição da OSHA porque evitar fazer as necessidades pode causar problemas sérios de saúde, como infecções urinárias e problemas intestinais e de bexiga.

No entanto, pesquisas sugerem que os funcionários transgêneros muitas vezes evitam usar os banheiros públicos da empresa.

Um pequeno estudo realizado pelo Instituto Williams, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), apontou que 70 por cento dos participantes haviam passado por negação do acesso às instalações, assédio verbal e agressão física ao usar banheiros públicos e 54 por cento deles relataram complicações físicas causadas pelo fato de evitar usar o banheiro.

“É incrivelmente importante que os funcionários entendam as reais consequências de saúde que ocorrem com os trabalhadores transgêneros quando o acesso aos banheiros é negado a eles”, disse Lisa Mottet, vice-diretora-executiva do Centro Nacional para Igualdade Transgênera, dos EUA.

O Instituto Williams estima que existam 700.000 adultos transgêneros nos EUA.


Gênero neutro

A melhor configuração possível para todos os funcionários de todas as identidades seria ter banheiros individuais de gênero neutro com sinalização apropriada, diz a OSHA.

Algumas jurisdições, como o Distrito de Columbia, já exigem que qualquer banheiro individual em espaços públicos seja neutro em relação ao gênero.

Mas para locais de trabalho que possuem banheiros individuais especificamente para o gênero masculino ou feminino, atualizá-los para banheiros neutros é tão simples e barato quanto tirar um ícone de masculino ou feminino.

Para os escritórios que possuem várias baias alinhadas em um banheiro, a nova recomendação do Departamento de Trabalho dos EUA aconselha a criação de banheiros neutros de ocupação múltipla.

Eles podem ser adaptados para oferecer mais privacidade: por US$ 30, a rede Home Depot vende capas que se aderem à porta do compartimento para eliminar espaços entre as paredes, por exemplo. A Human Rights Campaign também recomenda portas que vão do teto ao piso e paredes para as divisórias do banheiro.

Por motivos financeiros e arquitetônicos, nem todos os ambientes de trabalho poderão oferecer banheiros neutros de ocupação múltipla.

“Isso não necessariamente será uma solução única para todos”, disse Robin Maril, conselheiro legislativo sênior da Human Rights Campaign.

“Por isso, é importante que os empregadores sejam sensíveis e capacitem os funcionários para que usem as instalações que correspondem à sua identidade de gênero”.

Os empregadores podem fazer isso discutindo políticas claras durante sessões de orientação e reforçando-as no ambiente de trabalho com sinais ou uma linguagem clara para que até mesmo os visitantes entendam o sistema.

“Temos uma discussão geral sobre 'um problema com os banheiros'”, acrescentou Maril. “Não acho que isso seja estranho”.

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