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QGEP não tem perfil para comprar ativos da Petrobras, diz CEO

A QGEP informou que o primeiro petróleo da história da empresa será produzido a partir do campo de Atlanta, na bacia de Santos, em 2018

Queiroz Galvão: "Os projetos da Petrobras são comprados por empresas que estão buscando reservas, nós compramos exploração" (Queiroz Galvão/Divulgação)

Queiroz Galvão: "Os projetos da Petrobras são comprados por empresas que estão buscando reservas, nós compramos exploração" (Queiroz Galvão/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de novembro de 2017 às 17h24.

Rio - O presidente da Queiroz Galvão Exploração e Produção, Lincoln Guardado, afirmou nesta quarta-feira, 29, que a companhia não tem interesse nos campos maduros que estão sendo vendidos pela Petrobras, em resposta a uma pergunta de acionista durante apresentação na Apimec-RJ.

"Os projetos da Petrobras são comprados por empresas que estão buscando reservas, nós compramos exploração. As margens (dos campos da Petrobras) são pequenas, por isso a Petrobras está com dificuldade de vender", disse.

Ele lembrou também que o abandono de campos está cada vez mais caro por causa de regulamentações governamentais, o que elevaria o custo desses campos maduros, que teriam que ser descomissionados no curto/médio prazo.

Primeiro petróleo

A QGEP informou que o primeiro petróleo da história da empresa será produzido a partir do campo de Atlanta, na bacia de Santos, no primeiro trimestre de 2018. De acordo com Guardado, a unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência (FPSO, na sigla em inglês) chega ao Brasil ainda este ano.

"O Brasil é a maior oportunidade que o setor de petróleo tem no mundo, queremos ser a principal empresa privada produtora em águas profundas", disse Guardado durante apresentação para investidores e analistas em reunião da Apimec-RJ. "Atlanta tem óleo pesado, foi um grande desafio, outras empresas tentaram e não conseguiram produzir. Nós completamos dois poços horizontais que já foram testados e vamos começar a produzir", afirmou o executivo.

Ele informou que Atlanta tem reservas de 200 milhões de barris de óleo de petróleo e no início vai produzir 20 mil barris diários, e evoluir para 30 mil b/d oito meses depois. A produção deverá ter a duração de 3 anos. O petróleo de Atlanta tem 14 graus API, medida que avalia a qualidade do petróleo, sendo mais leve quanto mais de aproxima de 50 graus.

Informou ainda que pediu mais prazo para a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para avaliar se vai explorar ou não os campos de Tubarão e Camarão Norte, perto de Manati, na bacia de Camamu-Almada, na Bahia, e anunciou que no ano que vem Manati, campo de gás natural da empresa, vai produzir 5,1 milhões de metros cúbicos por dia. "Estamos confiantes que as usinas térmicas vão continuar ligadas no ano que vem e vamos fornecer gás para elas", disse aos acionistas.

Terceiro poço

A diretora Financeira e de Relações com Investidores da QGEP, Paula Costa, informou que a petroleira vai perfurar o terceiro poço no campo de Atlanta, na bacia de Santos, no segundo semestre de 2018.

Ela disse que o break even (ponto de equilíbrio) do projeto é de US$ 38 o barril, e que a companhia vê o petróleo em uma patamar de U$ 60 o barril. "Temos uma margem importante em Atlanta, mas vamos aguardar o início de produção para fazer o terceiro poço", disse em resposta a um acionista durante apresentação na Apimec-RJ.

Ela argumentou que a empresa prefere esperar a geração de caixa pelo campo para aumentar o investimento. "Um dos sócios está inadimplente, então aumentar investimento antes de gerar caixa não me parece interessante", explicou Costa, referindo-se à Dommo Energia.

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