Qatar Airways investirá R$ 15,5 bi em novo aeroporto

Doha - A paisagem do deserto vai se transformando à medida que o novo aeroporto de Doha se aproxima. Pequenas árvores, ainda com estacas, começam a ser vistas na beira da estrada. Mais perto do aeroporto há árvores grandes e uma espécie de lago artificial formado com desvio de água do mar.

O novo aeroporto da capital do Qatar, que deve ser inaugurado em 2014, parece um oásis no meio do deserto. O projeto recebeu investimentos de US$ 15,5 bilhões e representa a ambição do Qatar de ganhar relevância na aviação mundial.

Aos olhos leigos, o aeroporto parece estar pronto para começar a operar. O equipamento de raio-X já apita quando as pessoas seguem para a área de embarque. As telas que mostram os voos e as esteiras rolantes já estão ligadas. As placas de sinalização estão todas pintadas. E computadores da Apple já estão instalados em quiosques para acesso à internet.

O Estado visitou o aeroporto no fim de outubro, durante a cerimônia de entrada da Qatar Airways, a empresa aérea estatal, na aliança de companhias aéreas Oneworld.

Batizado de Hamad Internacional Airport, o novo aeroporto de Doha começou a ser construído em 2005 para substituir o atual terminal, que recebeu 21 milhões de passageiros em 2012 e já opera na sua capacidade máxima.

O projeto foi desenhado para ser um hub (centro de distribuição de voos) da Qatar Airways. O principal negócio da empresa é levar passageiros do Oriente para o Ocidente, um serviço que requer uma boa infraestrutura para conexões, ou seja, um aeroporto eficiente. Hoje cerca de 80% dos passageiros que desembarcam em Doha não permanecem na cidade.

Com o novo aeroporto, Doha e a Qatar Airways querem fazer concorrência direta à Dubai e à Emirates Airlines. Dubai recebeu 62 milhões de passageiros em voos internacionais nos 12 meses encerrados em julho, segundo dados da Airports Council International (ACI).

É o segundo maior tráfego no mundo, atrás apenas do aeroporto de Heathrow, em Londres. Doha é o 24º da lista e o segundo no Oriente Médio.

O novo aeroporto é essencial para o avanço de Doha e da Qatar Airways na aviação internacional. As obras, no entanto, estão atrasadas e a data de inauguração foi adiada diversas vezes desde 2009.

Questionado por jornalistas, o presidente da Qatar Airways, Akbar Al Baker, não quis especificar as razões do atraso. A imprensa local relata que a falta de mão de obra na cidade e custos acima dos estimados travaram o projeto e trouxeram desavenças entre as construtoras envolvidas na obra e o governo do Qatar.

A nova estimativa prevê a inauguração do terminal no primeiro semestre de 2014. Haverá um período de transição das operações do velho para o novo aeroporto até que todos os voos comerciais sejam transferidos.

Tecnologia

O complexo aeroportuário ocupa 22 quilômetros quadrados, um terço da área da cidade de Doha. Mais da metade da construção foi feita em um aterro sobre o mar. O projeto prevê trazer o que há de mais moderno em tecnologia aeroportuária para o local.

A promessa da autoridade aeroportuária é proporcionar conexões a partir de 30 minutos para passageiros de primeira classe e 45 minutos para os demais, uma meta ambiciosa e que requer agilidade na operação.

Para isso, a empresa aliará sistemas de trens a uma espécie de serviço de ‘concierge’. Uma equipe identificará no desembarque os passageiros executivos que precisam fazer conexões rápidas e os acompanhará pessoalmente para o próximo embarque.

O terminal de passageiros foi desenhado para receber 50 milhões de pessoas na fase final. Já as duas pistas foram projetadas para receber as aeronaves Airbus 380, as maiores do mundo e que também serão usadas pela Qatar Airways.

A maior delas, de 4.850 metros, é a segunda mais longa do mundo em aeroportos que recebem voos comerciais - a maior é de Denver, nos EUA. “A alta temperatura da região requer uma pista de pouso mais longa.

Ela pode receber o maior avião do mundo a temperaturas como 50 graus celsius”, diz o gerente sênior de segurança do aeroporto de Doha, Henning Pfisterer.

Luxo

A arquitetura e os serviços do aeroporto refletem o posicionamento da companhia aérea estatal, que se propõe a oferecer um atendimento de alto padrão. O terminal de passageiros tem o teto no formato de onda e o interior decorado com imensos coqueiros artificiais.

Para o emir (governante) do Qatar, há um terminal exclusivo, de 16 mil metros quadrados. O complexo prevê dois hotéis de luxo com 100 quartos cada um. Há também um resort, com piscina semiolímpica, quadras de squash e spa cinco estrelas.

O gosto pelo luxo e as grandes obras de engenharia no Qatar são consequência do enriquecimento rápido do país com a exploração de petróleo e gás. Com população de 1,9 milhão de habitantes (metade na capital), o pequeno emirado do Golfo Pérsico é o primeiro na lista da revista Forbes de maior PIB per capita (cerca de US$ 90 mil anuais).

O novo aeroporto é certamente uma das maiores obras, mas, em Doha, tudo está em construção - estradas, metrô, arranha-céus e até uma ilha artificial. A jornalista viajou a convite da Oneworld. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Doha - A paisagem do deserto vai se transformando à medida que o novo aeroporto de Doha se aproxima. Pequenas árvores, ainda com estacas, começam a ser vistas na beira da estrada. Mais perto do aeroporto há árvores grandes e uma espécie de lago artificial formado com desvio de água do mar.

O novo aeroporto da capital do Qatar, que deve ser inaugurado em 2014, parece um oásis no meio do deserto. O projeto recebeu investimentos de US$ 15,5 bilhões e representa a ambição do Qatar de ganhar relevância na aviação mundial.

Aos olhos leigos, o aeroporto parece estar pronto para começar a operar. O equipamento de raio-X já apita quando as pessoas seguem para a área de embarque. As telas que mostram os voos e as esteiras rolantes já estão ligadas. As placas de sinalização estão todas pintadas. E computadores da Apple já estão instalados em quiosques para acesso à internet.

O Estado visitou o aeroporto no fim de outubro, durante a cerimônia de entrada da Qatar Airways, a empresa aérea estatal, na aliança de companhias aéreas Oneworld.

Batizado de Hamad Internacional Airport, o novo aeroporto de Doha começou a ser construído em 2005 para substituir o atual terminal, que recebeu 21 milhões de passageiros em 2012 e já opera na sua capacidade máxima.

O projeto foi desenhado para ser um hub (centro de distribuição de voos) da Qatar Airways. O principal negócio da empresa é levar passageiros do Oriente para o Ocidente, um serviço que requer uma boa infraestrutura para conexões, ou seja, um aeroporto eficiente. Hoje cerca de 80% dos passageiros que desembarcam em Doha não permanecem na cidade.

Com o novo aeroporto, Doha e a Qatar Airways querem fazer concorrência direta à Dubai e à Emirates Airlines. Dubai recebeu 62 milhões de passageiros em voos internacionais nos 12 meses encerrados em julho, segundo dados da Airports Council International (ACI).

É o segundo maior tráfego no mundo, atrás apenas do aeroporto de Heathrow, em Londres. Doha é o 24º da lista e o segundo no Oriente Médio.

O novo aeroporto é essencial para o avanço de Doha e da Qatar Airways na aviação internacional. As obras, no entanto, estão atrasadas e a data de inauguração foi adiada diversas vezes desde 2009.

Questionado por jornalistas, o presidente da Qatar Airways, Akbar Al Baker, não quis especificar as razões do atraso. A imprensa local relata que a falta de mão de obra na cidade e custos acima dos estimados travaram o projeto e trouxeram desavenças entre as construtoras envolvidas na obra e o governo do Qatar.

A nova estimativa prevê a inauguração do terminal no primeiro semestre de 2014. Haverá um período de transição das operações do velho para o novo aeroporto até que todos os voos comerciais sejam transferidos.

Tecnologia

O complexo aeroportuário ocupa 22 quilômetros quadrados, um terço da área da cidade de Doha. Mais da metade da construção foi feita em um aterro sobre o mar. O projeto prevê trazer o que há de mais moderno em tecnologia aeroportuária para o local.

A promessa da autoridade aeroportuária é proporcionar conexões a partir de 30 minutos para passageiros de primeira classe e 45 minutos para os demais, uma meta ambiciosa e que requer agilidade na operação.

Para isso, a empresa aliará sistemas de trens a uma espécie de serviço de ‘concierge’. Uma equipe identificará no desembarque os passageiros executivos que precisam fazer conexões rápidas e os acompanhará pessoalmente para o próximo embarque.

O terminal de passageiros foi desenhado para receber 50 milhões de pessoas na fase final. Já as duas pistas foram projetadas para receber as aeronaves Airbus 380, as maiores do mundo e que também serão usadas pela Qatar Airways.

A maior delas, de 4.850 metros, é a segunda mais longa do mundo em aeroportos que recebem voos comerciais - a maior é de Denver, nos EUA. “A alta temperatura da região requer uma pista de pouso mais longa.

Ela pode receber o maior avião do mundo a temperaturas como 50 graus celsius”, diz o gerente sênior de segurança do aeroporto de Doha, Henning Pfisterer.

Luxo

A arquitetura e os serviços do aeroporto refletem o posicionamento da companhia aérea estatal, que se propõe a oferecer um atendimento de alto padrão. O terminal de passageiros tem o teto no formato de onda e o interior decorado com imensos coqueiros artificiais.

Para o emir (governante) do Qatar, há um terminal exclusivo, de 16 mil metros quadrados. O complexo prevê dois hotéis de luxo com 100 quartos cada um. Há também um resort, com piscina semiolímpica, quadras de squash e spa cinco estrelas.

O gosto pelo luxo e as grandes obras de engenharia no Qatar são consequência do enriquecimento rápido do país com a exploração de petróleo e gás. Com população de 1,9 milhão de habitantes (metade na capital), o pequeno emirado do Golfo Pérsico é o primeiro na lista da revista Forbes de maior PIB per capita (cerca de US$ 90 mil anuais).

O novo aeroporto é certamente uma das maiores obras, mas, em Doha, tudo está em construção - estradas, metrô, arranha-céus e até uma ilha artificial. A jornalista viajou a convite da Oneworld. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.