O protesto contra a operação da Vale bloqueou a estrada e a linha férrea que escoam carvão (Jeffrey Tanenhaus/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2012 às 18h06.
São Paulo - Protestos contra a poluição de minas de carvão da Vale na Colômbia afetaram a produção da mineradora e deixaram um policial morto, informaram fontes da indústria e uma organização não-governamental.
A manifestação contra a Vale, que começou na última terça-feira na cidade de La Loma, no departamento de Cesar, resultou em vários feridos, com casas e carros incendiados, informou a ONG Justiça Global em nota a jornalistas.
Segundo a nota, a dificuldade em se avançar em negociações sobre o reassentamento de três comunidades foi o estopim para a crise na região.
Os moradores reclamam de contaminação e exigem que a negociação seja feita diretamente com a empresa, não apenas por intermédio do governo, segundo nota da ONG.
Procurada pela Reuters, a Vale não comentou imediatamente a informação.
Também houve protestos em outras minas, Drummond e Prodeco, também na província de Cesar, disse um sindicalista.
A mineradora deve vender ativos de carvão na Colômbia, que incluem a mina El Hatillo, que produz 4,5 milhões de toneladas por ano, ferrovia e porto.
Relatos da imprensa local contam que os manifestantes exigiam um fim à poluição proveniente da mina que eles alegam está afetando a população local.
O protesto contra a operação da Vale bloqueou a estrada e a linha férrea que escoam carvão.
Segundo a ONG, mais de 100 caminhões com capacidade de 35 toneladas cada não puderam passar, assim como um trem com 135 vagões que carrega 60 toneladas de minério cada um.
"Ao saber do bloqueio, os moradores de La Loma também organizaram uma manifestação, que terminou em conflito com a chegada da polícia anti-distúrbios, um grupo especial da Polícia Nacional da Colômbia", diz a ONG.
Os moradores de La Loma exigem que a Vale remova o depósito de rejeitos da mina e que comece a fazer aterros, além de interromper o corte de eucaliptos.