Rio de Janeiro - A produção da Petrobras deve crescer entre 3,5 e 4 por cento em 2011 em relação ao volume de 2010, seguindo o ritmo dos últimos anos, afirmou o diretor de Exploração e Produção da estatal, Guilherme Estrella.

Para 2010, ele prevê "algo um pouco acima dos 2 milhões (de barris por dia)".

Abaixo da meta desde a descoberta das gigantescas reservas do pré-sal, a produção de petróleo da empresa no ano que vem será ajudada pelo campo de Tupi, na bacia de Santos, cuja comercialidade será anunciada até o final deste mês.

Atualmente, Tupi produz 15 mil b/d, limitado pela queima de gás natural. O volume poderá crescer ao longo do próximo ano com a interligação ao sistema de produção do campo de Mexilhão, que escoará parte desse gás. A previsão é de que a capacidade máxima da plataforma Angra dos Reis, instalada em Tupi, de 100 mil b/d, seja atingida em 2012, com seis poços produtores.

Para elevar a produção no ano que vem, Estrella conta também com o aumento da produção na plataforma P-57, instalada no campo de Jubarte, na bacia de Campos, que começou a operar no dia 5 de dezembro com 14 mil b/d de petróleo.

Segundo o diretor, no dia 19 de dezembro entrarão mais 19,8 mil barris da produção de Jubarte; mais 11 mil b/d em janeiro e mais 13 mil b/d em fevereiro, até atingir 100 mil b/d.

"A rampa de produção já está programada para atingir 100 mil b/d em maio, como estava previsto", disse Estrella a jornalistas nesta terça-feira.

Ele ressaltou que a companhia também espera aumentar a produção dando continuidade ao processo conhecido como "varredura", que consiste em localizar novos poços próximos a campos onde a empresa já tem produção, para aproveitar os sistemas já instalados e acelerar a produção.

Ele argumentou no entanto que não há como prever quanto exatamente a Petrobras estará produzindo em 2011. E para evitar a cobrança de estimativas divulgadas, a companhia passou a trabalhar com faixas de metas, como havia adiantado em entrevista à Reuters o presidente José Sergio Gabrielli.

"A produção de petróleo depende de uma série de fatores e não tem como prever um número exato, por isso já estamos trabalhando com faixas de produção", disse Estrella.

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Para este ano, segundo Estrella, a produção média da Petrobras no Brasil deverá ficar marginalmente acima de 2 milhões de barris, ficando abaixo da meta de 2,1 milhão de barris estipulada pela empresa. A média final deverá ficar entre 2,03 e 2,05 milhão de barris por dia.

Exportação

Com produção abaixo do previsto e um mercado interno aquecido, as exportações da companhia também devem registrar este ano queda em relação a 2009, afetadas não só pelo volume mas também pela valorização do real.

Por outro lado, a grande demanda interna no Brasil também fez a companhia importar mais combustível, o que poderá significar um saldo comercial negativo para 2010.

Segundo o diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, a empresa está encerrando 2010 com uma média de exportação de petróleo de entre 450 e 500 mil barris por dia.

"No ano que vem deve manter essa média", disse Costa.

Ele não disse como ficará o saldo comercial da empresa em 2010, que em 2009 foi beneficiada por exportações elevadas e fechou positivo em 2,9 bilhões de dólares.

Até setembro deste ano, o saldo comercial da Petrobras era positivo em 45 mil b/d, contra saldo positivo de 152 mil b/d um ano antes. Em valores, o saldo até setembro era positivo em 102 milhões de dólares.