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Procuradoria deve cobrar mais de R$ 2 bi da JBS para ressarcir BNDES

Ação mirou supostas irregularidades em aportes de mais de R$ 8 bi do banco Público na empresa do grupo J&F

Joesley e Wesley Batista: denúncia criminal deve ter como alvo os irmãos Batista (Claudio Belli/Agência O Globo)

Joesley e Wesley Batista: denúncia criminal deve ter como alvo os irmãos Batista (Claudio Belli/Agência O Globo)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de fevereiro de 2019 às 21h52.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2019 às 12h04.

Brasília - O procurador Ivan Marx, do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília, trabalha na denúncia criminal contra alvos da operação Bullish e mapeou um dano superior a R$ 2 bilhões causados pela JBS ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).

Deflagrada em maio de 2017, a Bullish mirou supostas irregularidades em aportes de mais de R$ 8 bilhões do banco Público na empresa do grupo J&F, cujos principais acionistas são os irmãos Wesley e Joesley Batista.

Enquanto a denúncia criminal deve ter como alvo os irmãos Batista, os ex-ministros Guido Mantega e Antônio Palocci e funcionários do banco, uma ação civil vai cobrar o dano superior a R$ 2 bilhões da empresa do setor de alimentos e proteína animal. A informação foi antecipada pelo jornal O Globo e confirmada pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

O grupo J&F assinou um acordo de leniência com a Procuradoria da República em Brasília, mas o procurador Marx não participou do acordo.

Pelo pacto, a empresa já teria se comprometido a pagar cerca de R$ 1,7 bilhão, mas negou ter corrompido funcionários e ter sido beneficiada por decisões internas. Atualmente, o acordo está sendo renegociado e os procuradores envolvidos aguardam o Supremo Tribunal Federal decidir se irá rescindir os acordos de colaboração dos executivos da empresa.

Outro lado

"A JBS esclarece que no período de 2007 a 2009 os aportes feitos pelo BNDES na Companhia (R$ 5,6 bilhões, e não R$ 8,1 bilhões, pois R$ 2,5 bilhões se referem ao grupo Bertin) se configuraram como investimentos, e não financiamentos. Esses investimentos seguiram estritamente a legislação, tendo sido amplamente divulgados, conforme regras da CVM e de acordo com as práticas de mercado. Toda a participação do banco na expansão da empresa se deu por meio de compra de ações, sempre a preços de mercado. De acordo com o Livro Verde, publicado pelo BNDES em 2017, o resultado líquido do banco com a JBS foi positivo e altamente lucrativo."

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