Previ busca mais informações sobre acordo entre Boeing e Embraer
"A companhia já está trabalhando para reduzir seu endividamento", disse Marcus Moreira, diretor de investimentos da Previ
Reuters
Publicado em 11 de setembro de 2018 às 13h25.
Última atualização em 11 de setembro de 2018 às 13h25.
Florianópolis - A Previ , fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, ainda precisa de mais informações para avaliar a proposta de joint venture entre Boeing e Embraer, disse nesta terça-feira Marcus Moreira, diretor de investimentos do fundo de pensão.
Moreira afirmou que a Previ, que é acionista da Embraer, ainda precisa de mais detalhamento em relação à dívida e aos ativos que serão repassados à nova companhia criada.
Renato Proença, diretor de participações da Previ, disse que o mérito da fusão é positivo, principalmente diante da união entre Airbus e Bombardier . "Só estamos avaliando a estrutura."
A Previ tem uma fatia de 3,9 por cento na Embraer. No entanto, de acordo com o estatuto da Embraer, os votos de acionistas brasileiros devem representar 60 por cento do total de votos, dando aos fundos seis vezes mais peso que aqueles dos investidores estrangeiros, reportou a Reuters em julho.
Alguns investidores minoritários reclamaram que o acordo de 4,75 bilhões de dólares dá efetivamente controle à Boeing da principal unidade geradora de lucro da Embraer sem a necessidade de ter de pagar um prêmio de 50 por cento estabelecido em cláusula de veneno no estatuto da empresa brasileira. Até o momento, os principais acionistas estrangeiros se mantiveram calados sobre a questão.
Moreira também comentou sobre a situação da empresa de alimentos, BRF, na qual o fundo é um grande acionista.
Moreira afirmou que uma completa recuperação do escândalo de segurança alimentar, restrições de exportações e prejuízos acumulados pode levar até cinco anos.
"A companhia já está trabalhando para reduzir seu endividamento, mas ainda tem dever de casa. Precisa voltar o foco para a estratégia", disse Moreira.
Sobre a fusão entre Suzano Papel e Celulose e Fibria Celulose, Moreira disse que o fundo estava esperando o sinal verde da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que aconteceu semana passada, para aprovar o acordo.