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Pressão de importados dificulta reajuste de aço no Brasil

Para o banco britânico Barclays Capital, mudança no cenário mundial torna mais difícil novos aumentos

Gerdau: mais protegida das pressões de importação, segundo analistas (.)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

São Paulo - Em relatório divulgado nesta terça-feira (1/6), o banco britânico Barclays avaliou como os preços do aço no mercado brasileiro devem se comportar nos próximos meses. A expectativa, para as siderúrgicas, é de dificuldade. Enquanto a pressão de importados deve diminuir nos meses de maio e junho, ela continuará alta nos próximos períodos, exercendo pressão sobre os produtores de aço que tentam subir os preços. "Nesse contexto, a possibilidade de uma segunda rodada na subida do preço doméstico do aço no segundo semestre de 2010 parece mais difícil", anotou o banco, em relatório assinado pelos analistas Renato Antunes e Leonardo Correa.

Na avaliação, o Barclays afirmou que a Usiminas seria a empresa mais prejudicada no cenário de altas pressões de importação. Mesmo assim, manteve a recomendação de suas ações pelos seguintes motivos: 1) negociação com um desconto de custo de substituição de 35%, 2) assumindo-se um aumento de 10% em 2010 (contra o caso base de 15%), haveria a negociação de ações em 2011 EV / EBITDA de 4.5x, 3) o desempenho operacional deve se beneficiar da recuperação da demanda de chapas grossas, prevista para o segundo semestre. Sobre a Gerdau, o cenário é mais otimista. "Temos sido progressivamente positivos na Gerdau porque a empresa é relativamente mais protegida das pressões de importação; os preços de aços longos no Brasil podem surpreender e o segmento não-residencial na Europa mostra alguns indícios de melhora."

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Carlos Loureiro, presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), afirmou aos analistas que a recente onda na importação de aço entre janeiro e abril é parte da mudança estrutural nos níveis de importação no Brasil, o que deve impactar a indústria doméstica. Ele afirma que houve um aumento na busca pelo mercado brasileiro. Loureiro espera que as importações no período de maio e junho mostrem alguma suavidade, porém, a desaceleração dos preços dos preços do aço pode levar a uma nova rodada de importações no segundo semestre.

Reajuste improvável

O banco anotou também que oportunidades de arbitragem estão sendo monitoradas de perto pelos agentes locais, e uma potencial segunda rodada de aumentos de preços durante o trimestre parece improvável, uma vez que pode provocar outro surto de aços importados durante o período seguinte. Um fator que tem pesado contra é a transferência de produção para o mercado local, como aconteceu com a CST Arcelor, em resposta à maior demanda (e rentabilidade), o que pode pesar sobre as tentativas fabricantes de aço aumentar os preços.

Loureiro também manifestou preocupação em relação aos mercados globais de aço, como o recente aumento da produção de aço bruto que ultrapassou a recuperação da demanda. Ele acredita que esta tendência continuará a ser uma realidade durante os próximos meses, com preços globais caindo. O sentimento otimista sobre o aumento de preços das matérias primas -- importante motor das subidas dos preços durante o mês passado -- agora pode estar se movendo na direção contrária.

Ele espera uma recuperação sustentada da demanda de chapas grossas para o segundo semestre de 2010, que deverá atingir o nível pré-crise até ao final do ano. Porém, Loureira afirma que essa recuperação não deve ser vista como níveis normalizados, já que foram artificialmente inflados por ordens de clientes em antecipação a aumentos de preços (como placas são utilizados principalmente em projetos, que recebem normalmente de aço com um prazo de 6 meses).

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