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Presidente da Petrobras cita "variação abrupta" do câmbio

Segundo Graça Foster, companhia deverá sentir os efeitos da recente desvalorização real, uma vez que tem dívida e custos em dólar


	Graça Foster, presidente da Petrobras: em evento no início de junho, a presidente da estatal afirmou que o câmbio "como está não é bom para a Petrobras"
 (Nacho Doce/Reuters)

Graça Foster, presidente da Petrobras: em evento no início de junho, a presidente da estatal afirmou que o câmbio "como está não é bom para a Petrobras" (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2013 às 12h58.

São Paulo - A Petrobras deverá sentir os efeitos da recente desvalorização real, uma vez que tem dívida e custos em dólar, mas ainda é necessário aguardar para dimensionar o problema, indicou nesta sexta-feira a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, durante palestra em São Paulo.

"Nós temos uma variação abrupta do câmbio e é preciso esperar o último dia útil de junho para responder de forma quantitativa essa pergunta. A Petrobras tem dívida em dólar. A indústria de petróleo é dolarizada. A Petrobras tem custos em dólar, então é preciso esperar o último dia útil de junho", declarou ela, ao ser questionada sobre o impacto para os resultados da empresa.

A cotação do dólar ante o real já subiu cerca de 5,5 por cento em junho e acumula alta de mais de 10 por cento no segundo trimestre.

Em evento no início de junho, a presidente da estatal afirmou que o câmbio "como está não é bom para a Petrobras".

Cerca de três quartos da dívida da Petrobras estão em moeda estrangeira, com a maior parte sendo atrelada ao dólar.

Além da questão da dívida, a Petrobras é a maior importadora do país, e tem elevado as compras externas de petróleo e derivados, para atender a demanda crescente.

Considerando que a estatal vende derivados com preços inferiores aos do mercado internacional, a alta do dólar pode aumentar a defasagem de preços.


Ações

As ações da Petrobras caíram abaixo de um nível razoável, comentou ainda a presidente da empresa, acrescentando que a companhia espera "reconquistar" a confiança de investidores à medida que avançar com seu programa de controle de custos e aumentar a produção de petróleo.

As ações preferenciais da estatal recuaram cerca de 15 por cento do início de junho até o fechamento do dia 20. O Ibovespa, no mesmo intervalo, caiu quase 10 por cento.

"As ações caíram abaixo do valor razoável. A expectativa (do mercado) era sempre de mais produção e isso não foi possível. À medida que a gente mostre nossa produção, vamos ter as ações voltando a patamar maior. À medida que tivermos custos controlados, vamos reconquistar a confiança do mercado", disse Graça Foster, como ela é chamada.

A produção da estatal em março deste ano no Brasil, de 1,846 milhão de barris por dia, foi a menor desde setembro, em função de paradas para manutenção de plataformas.

Em abril, a produção da empresa chegou a se recuperar, com o retorno de algumas unidades à atividade, somando 1,924 milhão de barris por dia, mas ainda abaixo da média de abril de 2012.

"Há um grande constrangimento da minha parte, mas o trabalho é transparente, e trabalhamos duro para reconquistar o mercado", reiterou a presidente da companhia.

Nesta sexta-feira, a ação preferencial da Petrobras operava em baixa de 2,82 por cento às 12h35, enquanto o Ibovespa tinha queda de 2,2 por cento.

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