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Prejuízo sucroalcooleiro no Nordeste deve ser de R$ 100 mi

Brasília - Os prejuízos para a cadeia produtiva do açúcar e álcool no Nordeste podem passar de R$ 100 milhões, devido às chuvas que atingiram os estados de Pernambuco e Alagoas na última semana. A avaliação é do presidente do Sindicato dos Produtores de Açúcar e Álcool de Pernambuco, Renato Cunha, que enfatizou a destruição […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - Os prejuízos para a cadeia produtiva do açúcar e álcool no Nordeste podem passar de R$ 100 milhões, devido às chuvas que atingiram os estados de Pernambuco e Alagoas na última semana. A avaliação é do presidente do Sindicato dos Produtores de Açúcar e Álcool de Pernambuco, Renato Cunha, que enfatizou a destruição das lavouras e também das estradas que servem ao transporte da cana-de-açúcar até às usinas.

De acordo com Cunha, a expectativa para este ano era que o Nordeste esmagasse cerca de 63 milhões de toneladas de cana. Após as chuvas, que deixaram parte das lavouras submersas, a expectativa é que a região faça a moagem de cerca de 59 milhões de toneladas. Além de moer menos, o Nordeste deverá atrasar em pelo menos um mês o início do processamento da cana, que deveria ocorrer em agosto.

"Sendo otimista, acredito que vamos esmagar cerca de 59 milhões de toneladas de cana", lamentou Cunha. A expectativa nacional é moer neste ano 590 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.

Além do volume menor, outro fator preocupa os usineiros nordestinos. As lavouras mais próximas ao litoral, plantadas em região de várzea, ficaram submersas, o que resultou na alteração do nível de sacarose do produto. "A sacarose é a riqueza da cana-de-açúcar. Submersa, a planta não respira e seu nível de sacarose cai muito", explicou.

As cheias dos rios Mundaú e Canhoto atingiram usinas e canaviais na Zona da Mata alagoana. Nas áreas montanhosas, onde a chuva não provocou alagamentos, o problema se concentra nas estradas e na manutenção dos empregos. Por se dar em terrenos mais acidentados, a monocultura da cana no Nordeste acaba contando com um nível de mecanização menor que as lavouras do Centro-Sul do país e, com isso, emprega proporcionalmente mais pessoas.

Enquanto o Centro-sul, onde a cultura ocorre em áreas planas, emprega em média 0,8 trabalhador para cada mil toneladas de cana, a Zona da Mata nordestina emprega 5,8 homens a cada mil toneladas. Segundo dados do sindicato, enquanto a participação do Nordeste na produção nacional de cana-de-açúcar varia entre 11% e 12%, a participação no número de empregos gerados pelo cultivo da cana em todo país é de 33%.

Além dos empregos gerados pelo cultivo, pequenos produtores rurais que vendem cana-de-açúcar para as indústrias também tiveram suas plantações destruídas. Em todo estado de Pernambuco, 12 mil pequenos proprietários se dedicam ao cultivo da cana.

Pernambuco e Alagoas já contam 44 mortos devido aos alagamentos - 29 em Alagoas e 15 em Pernambuco. Em Alagoas, 64.515 pessoas tiveram de deixar suas casas, 17 municípios decretaram estado de emergência e 15, calamidade pública. Em Pernambuco, os temporais obrigaram mais de 40 mil pessoas a deixar suas residências. Nove cidades pernambucanas decretaram situação de calamidade pública e 30 encontram-se em situação de emergência.

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