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Prejuízo da OGX testa a paciência dos investidores

Menos promessas e mais petróleo – é o que começam a exigir os analistas de mercado

OGX: prejuízo de 509,9 milhões de reais em 2011 desagrada o mercado (Divulgação)

OGX: prejuízo de 509,9 milhões de reais em 2011 desagrada o mercado (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de março de 2012 às 13h55.

São Paulo – "O tempo de discorrer sobre expectativas e projetos já passou." A declaração de Erick Scott, da corretora SLW, é um bom exemplo de como está crescendo a impaciência dos investidores em relação à OGX, petrolífera de Eike Batista. “O mercado quer ver resultados”, afirma Scott.

A OGX explicou seus números de 2011 em uma teleconferência com analistas nesta sexta-feira. O ponto é que o que mostrou está na contramão das expectativas: um prejuízo de 509,9 milhões de reais em 2011, rombo quase quatro vezes maior que o apresentado em 2010. Ainda que companhias pré-operacionais costumem entregar resultados incertos até de fato começaram a comercializar seus produtos, o balanço da empresa não foi bem digerido pelo mercado.

No documento, a companhia também informou uma diminuição de 252,4 milhões de reais na receita líquida. E, apesar das despesas com exploração terem aumentado 328 milhões de reais em relação ao ano anterior - explicando em parte o aumento do prejuízo - o retrato geral, segundo Scott, foi "ruim e abaixo do esperado".

A resposta foi imediata. Durante a primeira metade do pregão, as ações da OGX foram as que mais apanharam na bolsa, enquanto o Ibovespa oscilava levemente, ora positivo, ora negativo.

De acordo com a OGX, a expectativa é entregar até 730 mil barris por dia até 2015. Mas em teleconferência a analistas nesta manhã, Paulo Mendonça, diretor geral e de exploração da companhia, sustentou que o cenário pode ser reavaliado. "Estamos preparados para rever. Mas tenho certeza de que, se não atingirmos esses valores até lá, ainda teremos o mesmo petróleo que temos hoje. Nossa curva de produção continuará muito interessante."

O prazo também começa a ser visto com algum grau de incerteza pelos analistas. “Como a OGX atrasou o cronograma de início de produção, também há dúvidas sobre a possibilidade da empresa atingir sua meta de produção até 2015”, afirma Scott.

Perspectivas para 2012

O campo de Waimea, no litoral do Rio de Janeiro, começou a ser explorado pela empresa sete meses depois do previsto. O atraso foi atribuído à demora para o recebimento de uma plataforma flutuante e ao aguardo de autorizações do governo. Para 2012, a expectativa é entregar de 40.000 a 50.000 barris de óleo diariamente. Nos testes de longa duração performados desde o dia 31 de janeiro, a produção do primeiro poço da bacia apresentou uma variação de 10.000 e 13.000 barris diários.

Depois de receber aprovação da Agência Nacional de Petróleo, a OGX pretende conectar outros dois poços que já foram perfurados “ao primeiro filho”. Também há a possibilidade de explorar um quarto poço, novidade no plano de investimentos. Segundo Paulo Mendonça, a estratégia deve ser encarada antes como uma oportunidade do que como uma maneira de assegurar o cumprimento das metas. "Desde o primeiro momento que recebemos a plataforma começamos a pensar em trazer um outro poço. Os resultados estão em linha com as nossas expectativas e o quarto poço seria uma maneira de ganhar mais dinheiro", disse.

O diretor de exploração da empresa adiantou que o segundo poço a ser explorado em Waimea vai entregar uma produção diária igual ou melhor que a observada no primeiro. A OGX espera declarar a possibilidade de produzir petróleo comercialmente no segundo trimestre do ano.

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