Assaí: atacarejo é a maior bandeira do grupo (Facebook/Assaí/Divulgação)
Karin Salomão
Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 15h48.
Última atualização em 20 de fevereiro de 2018 às 15h56.
São Paulo - O Grupo Pão de Açúcar afirmou que foi afetado pela deflação de alimentos, no último ano, o que prejudicou suas receitas e margens. As perspectivas, no entanto, são de que os preços devem voltar a se recuperar no decorrer de 2018.
De acordo com Christophe Hidalgo, diretor financeiro da companhia, os preços devem voltar a subir gradualmente em 2018. Isso deverá aumentar a margem Ebitda da companhia. A margem do multivarejo, que que engloba todos os formatos das marcas Pão de Açúcar e Extra, deve subir 0,5 pontos porcentuais e a da bandeira Assaí em 0,2 a 0,3 pontos, espera o grupo.
A empresa também projeta crescimento de vendas e ganhos em participação de mercado para este ano.
Em 2017, o lucro líquido dos acionistas controladores totalizou 619 milhões de reais no ano, revertendo prejuízo de 482 milhões de reais no ano anterior. A margem líquida foi de 1,4%, afetada principalmente pela queda de preços em alimentos.
O segmento de multivarejo, por exemplo, viu suas receitas brutas caírem 3%, para 28,4 bilhões de reais. O formato Extra Super continuou a ser o formato mais afetado pela deflação de alimentos, impactado pela categoria de perecíveis básicos.
O segmento também foi afetado pelos custos de 10 milhões de reais por conta de um incêndio no centro de distribuição da companhia em Osasco - sem nenhuma vítima ou impacto na operação de lojas, garante a empresa. A reforma de 50 lojas da marca Pão de Açúcar também fez os custos subirem.
Mesmo assim, a margem ebitda ajustada, que é a relação entre as receitas e os custos antes de taxas ou impostos, chegou a 7,7% no segmento multivarejo, alta de 2,1 pontos em relação ao ano passado.
No conceito "mesmas lojas", que compara as unidades abertas há mais de um ano, as vendas cresceram 0,7%.
Em relação à concorrência, o segmento ganhou 0,6 pontos de participação de mercado. O lucro da divisão multivarejo, que havia fechado o ano anterior no vermelho, foi de 33 milhões de reais em 2017.
A empresa afirmou que a queda nos preços de alimentos também afetou a bandeira Assaí, de atacarejo. Mesmo assim, essa pressão foi compensada pelo aumento de fluxo de consumidores, diz Belmiro Gomes, presidente do Assaí.
Para atrair mais pessoas para as lojas, a bandeira fez diversas campanhas de marketing, como o "Aniversário Assaí" em outubro e a Black Friday, em novembro.
Também abriu um número recorde de novas lojas do ano: foram 5 inaugurações e 15 conversões de lojas Extra Hiper para a bandeira Assaí. O rendimento das lojas convertidas é 2,5 vezes maior, diz o grupo.
A maturação rápida dessas unidades e o fluxo de clientes, diz Gomes, ajudaram a aumentar as vendas. A receita bruta do Assaí cresceu 28% no ano, para 20,1 bilhões de reais, e já corresponde a 41,3% do faturamento alimentar do grupo. Em mesmas lojas, as receitas cresceram 11,4%.
O atacarejo já é a maior bandeira do grupo e acaba de ultrapassar o Extra, supermercados e hipermercados, que corresponde a 37,8% das vendas. O lucro da bandeira foi de 540 milhões de reais, crescimento de 91%.
Ainda que a queda nos preços dos alimentos tenha afetado os resultados da companhia em 2017, o grupo Pão de Açúcar garante que este seguirá sendo o foco da companhia.
Ronaldo Iabrudi afirmou que "fizemos uma análise dos principais ativos da companhia junto ao conselho e nossa convicção é continuar focado no varejo alimentar".
O Grupo Pão de Açúcar também é controlador da Via Varejo, que comanda as marcas Casas Bahia e Ponto Frio. A divisão está à venda, mas ainda sem skdjhsdh.
Iabrudi anunciou ontem, 19, que irá deixar o cargo de presidente do Grupo Pão de Açúcar em abril deste ano e que será co-presidente do conselho de administração do grupo. Em seu lugar, entrará Peter Estermann, presidente da Via Varejo desde 2015.
Para o lugar de Estermann na Via Varejo, o grupo indicou o executivo Flávio Dias, que hoje comanda a unidade de negócios online da rede de móveis e eletrodomésticos.