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Pré-sal já responde por 70% da produção de petróleo no Brasil

O avanço em águas ultraprofundas ocorre em um momento de elevação dos casos de covid-19 nas plataformas

Plataforma da Petrobras na Bacia de Campos (Germano Lüders/Exame)
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Juliana Estigarribia

Publicado em 2 de junho de 2020 às 13h55.

A produção de petróleo na camada pré-sal já equivale a 70% do total nacional, informou nesta terça-feira, 02, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Segundo a autarquia, em abril os volumes produzidos em águas ultraprofundas alcançaram 2,597 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe), uma alta de 31,2% na comparação anual.

De acordo com a ANP, em abril foram produzidos 2,05 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo e 86 milhões de m³ por dia de gás natural por meio de 113 poços.

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Os campos marítimos foram responsáveis pela produção de 96,7% do petróleo e 86% do gás natural. Já aqueles operados pela Petrobras responderam por 94,9% dos volumes de óleo e gás produzidos no país, sendo 39,9% deles com participação exclusiva da estatal.

Os destaques do período ficaram para o campo de Lula, na Bacia de Santos, que foi o maior produtor de petróleo e gás natural em abril, e para a plataforma Petrobras P-75, que produz nos campos de Búzios e Tambuatá. A instalação registrou a maior produção de petróleo no mês.

Já o Polo Arara foi a instalação com maior produção de gás natural.

Covid-19

A ANP informou que devido aos efeitos da pandemia do novo coronavírus, 38 campos de produção de petróleo e gás tiveram suas operações interrompidas temporariamente durante o mês de abril. Deste total, 21 são marítimos e 17 terrestres.

Conforme a autarquia, 66 instalações de produção marítimas interromperam suas atividades durante o mês de abril diante dos efeitos da pandemia.

Em nota, a Petrobras, responsável pela maior parcela da produção nacional, afirma que está investindo mais de 30 milhões de reais em ações de saúde e prevenção para seus funcionários. Entre as medidas, a companhia destaca a testagem de todos os colaboradores com suspeita do novo coronavírus.

A petroleira também informa ter adotado testes rápidos, que identificam anticorpos, antes do embarque para unidades com confinamento e em outras situações operacionais. Segundo nota, foram mais de 20.000 testes realizados até 29 de maio.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) alerta, porém, para a crescente preocupação dos funcionários de plataformas acerca da contaminação do coronavírus.

Segundo o sindicato dos petroleiros do norte fluminense, o canal de denúncias criado pela entidade recebe, diariamente, informações sobre trabalhadores embarcados que têm deixado seus postos de trabalho nas plataformas com sintomas da doença.

"Há relatos crescentes de trabalhadores com medo e psicologicamente abalados", diz o Sindipetro, alertando para falhas no sistema de testagem.

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