Positivo lucra menos com corte de preços e maior concorrência
Lucro da Positivo caiu mais de 25% no ano passado, para 96,5 milhões de reais
Daniela Barbosa
Publicado em 2 de março de 2011 às 14h40.
São Paulo - A queda de mais de 25% no lucro líquido da Positivo, no ano passado, foi causada por uma série de fatores que se encadearam ao longo de 2010 e afetaram diretamente os ganhos da companhia, que totalizaram 96,5 milhões de reais. Segundo Hélio Rotenberg, presidente da Positivo, a chegada de novos concorrentes ao mercado brasileiro, no início de 2010, foi o pontapé inicial para que a empresa, que durante cinco anos seguidos só somou ganhos, enfrentasse uma das piores quedas em seus resultados.
“A entrada de uma multinacional no mercado brasileiro de computadores obrigou a Positivo a reposicionar os preços e vender PCs com valores bem mais baratos. Tivemos que reduzir custos, o que gerou demissões”, afirmou o executivo, nesta quarta-feira (2/3), em teleconferência com analistas.
No final do ano passado, a Positivo cortou 17% dos seus funcionários. As demissões, que ocorreram nos mais diversos níveis hierárquicos, geraram custos adicionais à companhia. Cerca de 600 pessoas foram demitidas na ocasião.
Segundo Rotenberg, apesar dos resultados não tão satisfatórios, a companhia está feliz, pois conseguiu aumentar sua participação no mercado no ano. “Nosso objetivo era não perder market share e conseguimos recuperar cinco pontos percentuais no ano passado”. A companhia se mantém líder no segmento de PCs brasileiro com 15,1% de participação.
A recuperação dos ganhos deve começar apenas no segundo trimestre deste ano. De acordo com Ariel Szwarc, vice-presidente financeiro da Positivo, o primeiro trimestre terá ainda impactados com os custos adicionais da companhia e com nova redução de funcionários. “Nosso objetivo agora é recuperar margens e melhorar nossa rentabilidade”, disse.
Recuperação
Em 2011, as perspectivas da Positivo estão melhores, segundo o executivo. A companhia espera, já a partir deste ano, ter lucro com a joint venture criada com a argentina BGH. Uma planta está sendo construída no país para fabricação de computadores com a marca Positivo BGH. “Vendemos 216.000 computadores por meio de licitação para o governo argentino. Nossa aceitação no país está sendo muito boa”, afirmou Rotenberg.
O mercado de tablets é outra aposta da Positivo para 2011. A companhia ainda não sabe quando vai entrar nesse segmento, mas já está trabalhando para chegar à liderança brasileira. “Estamos desenvolvendo sistemas para batermos a concorrência”, disse Rotenberg. “No Brasil, esse mercado ainda é pequeno, mas deve ficar mais aquecido, a partir do último trimestre de 2011”.