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Por que as dúvidas sobre Eike podem pegar fogo nesta semana

OGX, petrolífera do empresário, planeja iniciar produção no próximo sábado – e um novo adiamento pode abalar a credibilidade de seu dono

Eike Batista, dono da OGX: falta de petróleo é combustível para dúvidas do mercado (Marcelo Correa/EXAME.com)

Eike Batista, dono da OGX: falta de petróleo é combustível para dúvidas do mercado (Marcelo Correa/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2012 às 13h17.

São Paulo – O bilionário Eike Batista tem, pela frente, uma semana decisiva. A OGX, sua petrolífera, prometeu iniciar a produção no próximo sábado, 28. Se o petróleo efetivamente jorrar no campo de Waimea, na Bacia de Campos, Eike terá, enfim, um argumento concreto para provar aos críticos que suas empresas não são “de vento”.

É claro que a trajetória da OGX não escapou a turbulências. O próprio dia 28, aliás, é o mais recente adiamento do início da produção da empresa. Em meados de dezembro, a petrolífera divulgou um cronograma ao mercado, no qual se comprometia a iniciar as operações em 23 de janeiro.

No início do mês, porém, a empresa reviu os planos e deu uma nova data: o próximo sábado. A OGX culpou o mau tempo na região de Waimea, que estaria atrapalhando os preparativos para instalar o navio-plataforma.

E este foi apenas mais uma das revisões de cronograma feitas pela OGX. Inicialmente, o petróleo deveria jorrar em meados do ano passado – data que foi postergada, pelo menos, três vezes.

Inflamável

Até o momento, os investidores e analistas de mercado dividem-se em relação aos atrasos. Parte afirma que Eike é um hábil vendedor de “vento”, captando recursos para projetos muito arriscados. Outros, porém, defendem o oitavo homem mais rico do mundo, lembrando que, apesar dos atrasos, o ritmo de implantação da OGX é mais rápido que a média do setor.

Além das dúvidas sobre a capacidade efetiva de produzir petróleo, os críticos costumam lembrar um outro detalhe: a produção a ser iniciada em 28 de janeiro é apenas um teste de longa duração – e não uma produção comercial.

É verdade que o petróleo que será extraído já tem dono. Os 1,2 milhão de barris que devem sair do teste serão vendidos para a Shell, em dois lotes iguais. O acordo foi fechado em outubro do ano passado, mas não satisfez completamente parte do mercado, que ainda espera contratos de longo prazo baseados na operação comercial dos poços.

Furar o cronograma, agora, seria jogar mais combustível na discussão sobre a viabilidade dos projetos de Eike. Ironicamente, para apagar as inflamadas críticas que vem recebendo, o bilionário só tem um caminho: jogar petróleo em cima.

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