Negócios

Por que a semana da B2W, dona da Submarino, ainda pode ficar pior

Suspensão das vendas em São Paulo é determinada pouco antes da divulgação dos números do terceiro trimestre

Centro de distribuição do Submarino: atrasos se repetem - agora, em São Paulo (Lia Lubambo /EXAME.com)

Centro de distribuição do Submarino: atrasos se repetem - agora, em São Paulo (Lia Lubambo /EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2011 às 14h57.

São Paulo – A semana da B2W, dona da Submarino, não deve ser das melhores. Depois de ser ameaçada de ter as vendas em São Paulo suspensas pelo Procon por três dias, a empresa se prepara para divulgar os números do terceiro trimestre na noite desta quinta-feira – e os analistas não esperam boas notícias.

De acordo com um relatório do Raymond James, assinado pelos analistas Daniela Bretthauer e Leonardo Liborio, os problemas da B2W continuam, e isso deve levar a maior empresa de varejo online do país a apresentar prejuízo entre julho e setembro.

Nas contas do Raymond James, as perdas chegariam a 21,7 milhões de reais, revertendo um lucro líquido de 15,9 milhões. Na avaliação da corretora, há três pontos que pesam contra a B2W neste trimestre.

O primeiro é o baixo ritmo de crescimento nas vendas, o que impede que custos fixos sejam mais diluídos. O segundo é o eventual impacto de até 30 milhões de reais em multas, decorrentes dos atrasos na entrega das encomendas, que levaram à suspensão das vendas no Rio de Janeiro no primeiro semestre. O último é o nível ainda elevado de despesas financeiras, causado pelo lento ciclo de conversão das vendas em dinheiro efetivo.

Atrasos

Nesta quinta-feira, foi publicada, no Diário Oficial, determinação de que a B2W suspenda, por 72 horas, as vendas em todo o estado de São Paulo dos sites Submarino.com e Americanas.com.

A medida é uma resposta ao aumento de reclamações dos clientes sobre atrasos e problemas na entrega. Segundo a Justiça, as queixas contra a B2W aumentaram 246% no Procon de São Paulo no primeiro semestre, para um total de 3.635.


A Justiça também impôs uma multa de 1,7 milhão de reais à empresa, por considerar que é reincidente neste tipo de problema. Procurada pela reportagem de EXAME.com, a B2W ainda não havia se manifestado até a publicação desta reportagem.

Além dos danos à imagem da companhia, a suspensão das vendas e a multa podem ter um impacto significativo nas suas contas trimestrais. Em maio, a Justiça fluminense determinou a suspensão das vendas no Rio de Janeiro e impôs uma multa diária, até que a B2W regularizasse suas entregas. A decisão foi baseada em 20.000 queixas de consumidores no estado.

Peso no balanço

A medida levou a um prejuízo líquido de 20,9 milhões de reais da B2W no segundo trimestre – o que contribuiu para uma queda de 22,5% no lucro do primeiro semestre. No período, a empresa contabilizou cerca de 32 milhões de reais com indenizações e honorários de advogados.

No início de agosto, em teleconferência com analistas para apresentar os números do segundo trimestre, o diretor de relações com investidores da B2W, François Bloquiau, afirmou que a empresa viveu um semestre “atípico” e que, apesar das dificuldades, aprendeu “uma grande lição”.

A pouco mais de um mês do Natal, a época de maior movimento no varejo, a suspensão das vendas em São Paulo mostra que, talvez, a lição ainda não tenha surtido efeito.

Acompanhe tudo sobre:AmericanasB2WComércioEmpresasEmpresas brasileirasEmpresas de internetgestao-de-negociosIneficiêncialojas-onlineSubmarino (loja)VarejoVendas

Mais de Negócios

Da mineração ao café: as iniciativas sustentáveis da Cedro para transformar a indústria

COSCO Shipping inaugura rota estratégica entre Peru e China

Subway conclui acordo para substituir Coca-Cola por Pepsi nos Estados Unidos

Depois de dominar Porto Alegre, Melnick mira Santa Catarina com projetos que somam R$ 17 bilhões