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Polícia alemã quer nomes de diretores da VW sabiam de fraude

Até agora se sabe que 11 milhões de veículos no mundo todo foram equipado com o motor no qual a Volkswagen instalou um software que manipulava emissões


	Volkswagen: montadora queria melhorar as vendas nos EUA com os veículos a diesel
 (Wikipedia)

Volkswagen: montadora queria melhorar as vendas nos EUA com os veículos a diesel (Wikipedia)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2015 às 12h40.

Frankfurt - A polícia da Alemanha investiga quais diretores do alto escalão da Volkswagen sabiam da fraude de manipulação dos motores a diesel, ação que levou a companhia a perder 43% do valor de suas ações cotadas em bolsa.

Duas semanas depois da divulgação nos EUA da manipulação de emissões tóxicas em motores diesel EA 189, de 1,6 e 2 litros, da Volkswagen, ainda pairam muitas dúvidas sobre os responsáveis pela fraude.

O grupo alemão realiza sua própria investigação, que encarregou ao escritório de advogados americano Jones Day, para encontrar os responsáveis por essa manipulação.

Jones Day, que investigou casos de corrupção em outras companhias alemãs como a Siemens, informará o conselho de supervisão da Volkswagen, órgão integrado por acionistas e empregados.

Até agora se sabe que 11 milhões de veículos no mundo todo foram equipado com o motor diesel EA 189, no qual a Volkswagen instalou um software da companhia Robert Bosch que altera os dados de emissões ao detectar que está sendo submetido a um teste, modificando o regime de funcionamento do motor para produzir menos gases poluentes.

Martin Winterkorn, presidente da VW desde 2007, que renunciou semana passada, começou sua trajetória profissional em 1977, exatamente no departamento de pesquisas técnicas de processos da Bosch.

A promotoria de Braunschweig (no norte da Alemanha) esclareceu esta semana que não investiga Winterkorn, como tinha informado anteriormente, mas busca os responsáveis.

A manipulação pode ter sido decidida em 2005 e 2006, na sede central em Wolfsburg, segundo a imprensa alemã, quando o grupo era presidido por Bernd Pischetsrider.

A Volkswagen queria melhorar as vendas nos EUA com os veículos a diesel, onde tinha uma fração de mercado de menos de 3 %, mas só era possível conseguir os exigentes limites de emissão de gases nocivos no país a um custo adequado com a ajuda do software, pelo menos nos testes.

A Volkswagen não quis instalar uma tecnologia de limpeza do gás no veículo, que teria custado 300 euros por automóvel e permitido cumprir a legislação americana, segundo o jornal alemão "Handelsblatt".

A Bosch advertiu em 2007 o grupo Volkswagen que este software era só para testes e que sua utilização nas ruas era ilegal, informou a imprensa alemã. Também não se sabe porque estas advertências não foram levadas em conta na Volkswagen.

Dos 11 milhões de veículos, cinco milhões são da marca Volkswagen, 2,1 milhões dA Audi, 1,2 milhões da Skoda , 700 mil da Seat e 1,8 milhão de Veículos Comerciais.

Em 2011 um técnico da Volkswagen também se deu conta que o software permitia que os números de emissões de gases nos testes nos EUA fossem muito favoráveis. Em outubro desse ano informou o então diretor de Desenvolvimento-Agregado da marca, que não levou a advertência muito a sério, segundo o "Handelsblatt".

As vendas de veículos diesel da Volkswagen nos EUA aumentaram desde 2011 (69.730 unidades) e até 2013 (93.338 unidades), e em 2014 caíram para 80.441 unidades.

Em meados de 2014 as autoridades americanas informaram a Volkswagen da diferença nas emissões nas provas e na estrada, mas até julho de 2015 a companhia alemã não admitiu que havia fraudado os índices de emissões com um software. 

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