Negócios

Pioneira em tecnologias para todo mundo ter uma loja online, curitibana Olist quer 'virar banco'

Fundado por Tiago Dalvi, em 2015, unicórnio aposta na oferta de serviços financeiros para aumentar o volume de recursos de clientes que passam pela plataforma

Tiago Dalvi, do Olist: abertura de contas bancárias aumentou o share of wallet, que é o percentual do total transacionado no negócio de cada cliente, que saiu de 0,5% para 30% em apenas seis meses (Olist/Divulgação)

Tiago Dalvi, do Olist: abertura de contas bancárias aumentou o share of wallet, que é o percentual do total transacionado no negócio de cada cliente, que saiu de 0,5% para 30% em apenas seis meses (Olist/Divulgação)

Leo Branco
Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 16 de abril de 2024 às 06h55.

Última atualização em 16 de abril de 2024 às 09h42.

Uma das empresas de tecnologias pioneiras no Brasil na criação de tecnologias para marketplaces, a curitibana Olist aposta na oferta de serviços financeiros para seus clientes.

De certa maneira, a visão por ali é a de, em certa medida, virar um banco para garantir vendas recorrentes e um relacionamento de longo prazo com a carteira de clientes, majoritariamente PMEs em busca de tecnologia para vender online. A novidade será lançada oficialmente na edição do Web Summit Rio, que começa oficialmente nesta terça-feira, 16.

A partir de agora, quem já usava a plataforma do Olist para encontrar soluções como uma interface para lojas virtuais, ou então ferramentas para campanhas de vendas nesses espaços, poderá ter também uma conta bancária do Olist para intermediar pagamentos a clientes, fornecedores ou mesmo pedir crédito para manter a operação de pé.

Aumento no share of wallet

"Lançamos o produto inicial para um grupo controlado no ano passado e, desde então, temos testado e evoluído para garantir o melhor serviço para os nossos clientes", diz Tiago Dalvi, fundador do Olist.

"Nesse período, identificamos um aumento significativo no share of wallet, que é o percentual do total transacionado no negócio de cada cliente, que saiu de 0,5% para 30% em apenas seis meses. E ainda estamos em um pré-lançamento."

A empresa, que hoje tem mais de 40 mil clientes ativos, espera que pelo menos 20% da base utilize os novos serviços e passe pela ferramenta um volume total de pagamentos de aproximadamente 4 bilhões de reais até o fim deste ano.

Até 2026, o objetivo é transacionar mais de 18 bilhões de reais por ano por ali. O plano para a nova frente de negócios é que ela represente 50% da receita do Olist.

Dalvi vê a estratégia como mais um passo na promessa de colocar o cliente no centro da estratégia.

"Com uma rotina mais automatizada, o nosso cliente poderá executar tarefas que antes dependiam de manualidades e consumiam um período relevante do dia das PMEs", diz ele.

"Agora, o nosso cliente passará a ter maior previsibilidade do fluxo de caixa, cobranças e pagamentos, ao passo que também será possível tomar crédito no momento ideal e para os objetivos certos."

Quem mais aposta nesta tendência

A medida do Olist segue os passos de outras empresas ligadas ao comércio eletrônico de virarem instituições financeiras para, entre outras coisas, aumentar o relacionamento com os clientes. O grande exemplo disso no Brasil é o Mercado Pago, do Mercado Livre, mas cada vez mais a tendência chega a players menores do comércio eletrônico.

A vontade generalizada do varejo em 'virar banco' movimenta os negócios da Celcoin, empresa fornecedora de tecnologias para quem quer oferecer serviços financeiros. No ano passado, a Celcoin aumentou em 233% o volume de recursos de clientes transacionados pela plataforma, para exuberantes 156 bilhões de reais. O Olist é um dos clientes da Celcoin.

Fundado em 2015 por Dalvi, filho e neto de empreendedores e que começou a vender produtos de artesanato na internet em meados de 2007, quando havia recém-saído da faculdade de administração, o Olist é considerado um unicórnio desde dezembro de 2021.

Na ocasião, a empresa fez uma captação de 186 milhões de dólares liderada pelo Wellington Management e com participação do conglomerado japonês SoftBank e do banco Goldman Sachs, investidores de longa data e que já haviam aportado alguns milhões na empresa.

Boa parte dos recursos foram empregados na aquisição de provedores de outras tecnologias para o varejo digital, como as startups dedicadas à transformação digital do varejo Tiny e Vnda.

Quer dicas para decolar o seu negócio? Receba informações exclusivas de empreendedorismo diretamente no seu WhatsApp. Participe já do canal EXAME Empreenda

Acompanhe tudo sobre:UnicórniosCuritibaStartupsBancosFintechs

Mais de Negócios

Após sobreviver à pandemia, academia de Fortaleza cresce quatro vezes desde 2020

Hotel, parque e outlet: conheça a rede que vai investir R$ 500 mi em megacomplexo na Paraíba

Eles transformaram uma moto financiada num negócio milionário de logística

Nestlé fecha parceria para colocar Kit Kat nas lojas da Brasil Cacau