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P&G tenta conquistar a geração Y com um novo produto: papel higiênico

Chamado de Charmin Forever Roll, o rolo promete durar "para sempre", ou de um a três meses, e é três vezes maior que o produto comum

 (Procter e Gamble/Divulgação)

(Procter e Gamble/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 4 de junho de 2019 às 06h00.

Última atualização em 4 de junho de 2019 às 06h00.

A geração Y já transformou diversos mercados, da mobilidade à culinária e produtos de higiene pessoal. Para atrair uma geração em busca de marcas menores e locais, as grandes companhias precisam se reinventar. A tentativa mais recente voltada a jovens nascidos nos anos 1980 e 1990 não poderia ser mais inusitada: um rolo de papel higiênico gigante.

Criado pela Procter & Gamble Co, dona de marcas como Pampers, Always e Gillette, o novo rolo pode durar até três meses em uma casa com apenas uma pessoa.

Por durar mais e necessitar de menos espaço de armazenamento, o rolo deve atrair pessoas que moram sozinhas e em espaços pequenos, acredita a empresa. Esse público é cada vez maior, à medida que jovens demoram mais a casar e ter filhos. As famílias, bem como as casas, também diminuíram com o tempo.

Chamado de Charmin Forever Roll, o rolo promete durar "para sempre", ou de um a três meses. É três vezes maior que o produto comum: ao invés de cerca de 13 centímetros de diâmetro, que seria o normal, o tamanho maior tem quase 31 centímetros de diâmetro. Os pesquisadores da P&G acreditam que os consumidores podem gostar da conveniência de não ter que trocar o papel com frequência.

Para guardar o novo item, a empresa desenvolveu ainda um suporte de aço inox. O kit com um suporte e três rolos custa 29 dólares, ou cerca de 113 reais. Segundo a empresa, o produto ocupa menos espaço que os rolos tradicionais e pode caber nos menores banheiros.

 

O novo produto da P&G é a representação da tentativa de grandes marcas de atrair esse novo público, mais voltado a marcas locais, sustentáveis e personalizadas. A companhia começou a tentar mudar sua estrutura em 2014, depois de perder cerca de 3% das vendas anualmente, de 2011 a 2014.

Por enquanto, as iniciativas não trouxeram muito resultado. As vendas da companhia cresceram 2,6% em 2018 em relação ao ano anterior, chegando a 66,8 bilhões de dólares. No entanto, em relação às vendas de 2014, de 74,4 bilhões, a queda é de 10,2%.

No ano passado, a empresa anunciou que não entende porque a nova geração deixou de comprar os produtos da marca. "Não conseguimos identificar por que isso aconteceu", disse o diretor financeiro Jon Moeller na conferência de resultados do primeiro trimestre do ano passado.

Em um experimento fracassado para atrair as gerações mais novas, a empresa tentou transformar siglas como LOL ou NBD, muito usadas em mensagens de texto, em marcas registradas. As siglas significam "Laughing Out Loud" (rindo alto) ou "No Big Deal" (sem grandes problemas).

Não é a primeira - nem será a última - companhia a tentar conquistar esse público. Mas esse último lançamento mostra o quanto as grandes empresas de consumo estão enroladas com a mudança de comportamento dos jovens.

Charmin Forever Roll, da Procter & Gamble Co (Procter & Gamble Co/Divulgação)

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