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PF suspeita de fraude cambial na Sadia, diz jornal

Segundo a Folha de S. Paulo, empresa teria utilizado ACCs para retirar dólares do país

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

São Paulo - A Polícia Federal está investigando supostas irregularidades da Sadia, que teriam sido cometidas antes da fusão com a Perdigão. A empresa teria operações bancárias relacionadas a exportação de produtos para praticar fraudes cambiais. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, que obteve informações da apuração da PF, entre as irregularidades estaria a retirada de dólares do país de maneira disfarçada.

As movimentações estariam vinculadas a Adiantamentos de Contrato de Câmbio (ACCs), um tipo de operação bancária na qual se antecipam recursos para exportação. No caso da Sadia, os documentos do inquérito mostram operações em que a empresa não teria demonstrado que realizou todas as exportações referentes aos contratos de ACC. Essa prática poderia ser usada para trazer e tirar dólares do país, segundo a PF. A Sadia, no entanto, afirma que os movimentos foram legais.

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A investigação leva em conta os ACCs anteriores à crise que levou a empresa à falência, mas a suspeita é de que as operações tenham ajudado no processo. Em maio de 2009, houve a criação da BR Foods, a partir de uma fusão com outra gigante do setor de alimentos, a Perdigão. Para cobrir o rombo, a nova companhia levantou recursos na BM&FBovespa. Entre as perdas, estavam 1,65 bilhão de reais de operações de ACCs e mais 1,37 bilhão em dívidas de exportação.

Marcelo Ribeiro da Silva, ex-executivo da corretora Concórdia, então controlada pela Sadia, depôs à Polícia Civil, em uma investigação paralela à da PF. No depoimento, Silva afirmou que estranhava o grande volume de ACCs e disse que não "pode afirmar com certeza que as mercadorias referentes a aqueles contratos tenham sido embarcadas ou não". Segundo a Folha de S. Paulo, outro executivo da corretora afirmou que a empresa chegou a emitir 60 milhões de dólares de ACC em um dia, quando a exportação média diária oscilava de 5 a 10 milhões.

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