Operário verifica petróleo na cidade de Angra dos Reis em plataforma do Campo de Lula, a cerca de 300 km da costa do Rio de Janeiro (Sergio Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2012 às 20h03.
Rio - Com a categoria dividida, os petroleiros começaram nesta quarta-feira a fazer paralisações temporárias contra o reajuste no piso do programa de participação dos lucros proposto pela Petrobras. Até terça-feira, se não houver acordo, os empregados da petroleira e das subsidiárias ameaçam greve por tempo indeterminado.
Na tentativa de evitar que os cerca de 75 mil funcionários do Sistema Petrobras (empresa controladora mais subsidiárias) acompanhem outras categorias do serviço público federal e entrem em greve geral, a petroleira apresentou à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) a proposta de acréscimo de R$ 2.056 ao piso da cota de Participação de Lucros e Resultados (PLR) de 2011.
FUP e FNP divergem sobre a proposta. Para a FUP, criticada pelo suposto apoio a ações do governo federal desde a primeira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o aumento do piso do PLR, hoje em R$ 16,5 mil, é aceitável. Para a FNP, não é.
A FNP defende um porcentual maior para o PRL, 25% do que recebem os acionistas, no limite do que a lei permite. "Rejeitamos a proposta e faremos indicativo de greve", afirmou Emanoel Cancella, do SindPetro-RJ.
Enquanto a categoria não chega a um consenso, o projeto de greve geral a partir desta quinta-feira foi esquecido, pelo menos até segunda-feira, quando deve ser definido ou não o início do movimento para o dia seguinte.
Até lá, os petroleiros fazem paradas de até duas horas. Das 13h às 15h de hoje (18), a paralisação foi no Centro Nacional de Controle de Operacional da Petrobras Transporte (Transpetro), centro do Rio. A adesão foi pequena. Segundo a subsidiária, não houve impacto nas atividades.
Parcial
A partir desta quinta-feira e até segunda-feira, os petroleiros do Pará, Maranhão, Amapá e Amazonas vão parar por algumas horas. No Estado do Rio, paralisações ocorrerão amanhã e sexta-feira, quando começam as interrupções em Alagoas e Sergipe.
Desde hoje, o trabalho em unidades em São José dos Campos e no litoral de São Paulo (São Sebastião, Santos, Caraguatatuba e Itanhaém) vem sendo paralisado de maneira parcial.
O temor de que uma greve geral atrase mais ainda os projetos da Petrobras levou a presidente Graça Foster e o diretor Corporativo e de Serviços, José Eduardo Dutra, a encontraram-se no dia 11 com as lideranças petroleiras para tentar convencê-las a não aderir ao movimento do funcionalismo federal. Não houve acordo na ocasião.