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Petroleira Karoon estima aportes de até US$150 mi no Brasil

A petroleira australiana prevê investir, nos próximos 5 meses, de 120 milhões a 150 milhões de dólares em seus ativos na Bacia de Santos


	Plataforma de petróleo: empresa australiana irá perfurar dois poços na Bacia de Santos
 (Kristian Helgesen/Bloomberg)

Plataforma de petróleo: empresa australiana irá perfurar dois poços na Bacia de Santos (Kristian Helgesen/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2014 às 12h42.

Rio de Janeiro - A petroleira australiana Karoon prevê investimentos de 120 milhões a 150 milhões de dólares em seus ativos na Bacia de Santos, nos próximos cinco meses, na perfuração de dois poços, disse o diretor-geral da Karoon na América do Sul, Tim Hosking.

Os aportes serão feitos em conjunto com a parceira nas áreas, a canadense Pacific Rubiales, que detém 35 por cento dos cinco blocos operados pela Karoon no Brasil.

A australiana avalia ainda a atração de um terceiro sócio, que teria 15 por cento dos blocos, para financiar outros investimentos. Para isso, já contratou o BTG Pactual.

"O BTG Pactual conversou com algumas empresas, mas o mercado está um pouco fraco", disse Hosking à Reuters.

Contudo, o ele acredita que, após novas descobertas, será mais fácil atrair parceiros e conseguir um negócio mais atraente. A perfuração do primeiro dos dois poços previstos terá início já na próxima semana e terá como objetivo avaliar a extensão da descoberta Kangaroo-1. As perfurações serão feitas com a sonda Olinda Star, arrendada com a Queiroz Galvão Óleo e Gás (QGOG).

Hosking está otimista com resultados. Kangaroo-1 apresentou uma coluna de 76 metros de óleo leve, com 40 graus API, em reservatórios arenosos e recursos contingentes de 7 milhões de barris de óleo. Com o próximo poço, a empresa espera comprovar a existência de mais de 80 milhões de barris contingentes.

"Precisamos de mais de 70 milhões de barris para que a área seja comercial", afirmou Hosking.

Em seguida, a empresa começa a perfuração de um poço de exploração nas proximidades. As áreas contam com camadas de sal muito espessas, mas ainda não está no plano perfurá-las.

Ambos os poços levarão cerca de 30 dias para serem concluídos e, caso haja descobertas, mais 45 dias para a realização das avaliações necessárias.

Juntas, as duas petroleiras já investiram 200 milhões de dólares na perfuração de três poços dentro das cinco áreas, com duas descobertas, entre o fim de 2012 e meados de 2013. No Plano de Avaliação de Descoberta (PAD) de Kangaroo-1, aprovado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Karoon assumiu o compromisso de realizar esses dois poços e poderá avaliar mais quatro poços.

O contrato com a QGOG prevê a realização de mais dois poços com a sonda Olinda Star, caso a empresa assim decida.

Financiamentos das áreas

A Karoon terá recursos da venda de um ativo de gás na Austrália para financiar os dois poços.

Se descoberta de Kangaroo-1 for declarada comercial, a Karoon estima investimentos de até 2,9 bilhões de dólares, para que a extração do primeiro óleo seja realizada entre 2018 e 2019. Hosking explicou que a Karoon tem financiado seus ativos por meio da criação de valor e atração de parceiros.

Em 2010, a Karoon chegou a estudar a abertura de capital e oferta de ações na BM&F Bovespa, mas desistiu em seguida.

Os cinco blocos no Brasil foram 100 por cento arrematados apenas pela australiana na 9ª Rodada de Licitação da ANP, realizada em 2007, que marcou a entrada da Karoon no Brasil.

Posteriormente, a Pacific comprou a participação de 35 por cento no ativo e tem ainda a opção de se tornar operadora, assim que vencer algumas etapas de entrada no mercado brasileiro, como a instalação de um escritório e a classificação junto à ANP.

Os ativos estão na costa de Santa Catarina, em lâmina d’água de até 400 metros, e ocupam uma área de 865 quilômetros quadrados. Atualmente a empresa tem 30 funcionários em cada um dos países onde tem ativos: Brasil, Peru e Austrália. Hosking disse que a empresa está satisfeita de estar no Brasil.

"A América do Sul é uma área muito estável, com muitas oportunidades para crescer, mas precisa muita energia", afirmou Hosking, australiano que hoje reside no Rio de Janeiro.

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