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Petroleira de Eike, OGP anuncia produção em 2 poços

A projeção é alcançar pico de 30 mil barris por dia “no longo prazo” no campo de Tubarão Martelo


	Funcionário da OGX: os dois novos poços em Tubarão Martelo têm “certeza de comercialidade”, garante Armando Ferreira, gerente de reservatórios da OGP
 (Divulgação)

Funcionário da OGX: os dois novos poços em Tubarão Martelo têm “certeza de comercialidade”, garante Armando Ferreira, gerente de reservatórios da OGP (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2013 às 07h34.

Rio - Última esperança para a petroleira OGX, agora rebatizada como Óleo e Gás Participações (OGP), o campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos, vai iniciar a produção de dois novos poços até maio.

A projeção, divulgada na terça-feira, 17, durante reunião com investidores e analistas, é alcançar pico de 30 mil barris por dia “no longo prazo”.

Sem especificar datas e condições da exploração, o tom forçadamente otimista dos executivos, entretanto, contrastou com a irritação de acionistas com a falta de transparência sobre a real situação financeira da petroleira de Eike Batista.

Em sua primeira apresentação a investidores após o pedido de recuperação judicial, Paulo Narcélio, o novo presidente da empresa, disse que a petroleira está “cautelosa” com as projeções.

Mas seus executivos enfatizaram a expectativa de retomada da exploração no campo de Tubarão Azul, em 2014, e a “importância de ampliar o portfólio”, com estudos exploratórios nos campos de Oliva e Atlanta, na Bacia de Campos.

Os dois novos poços em Tubarão Martelo têm “certeza de comercialidade”, garante Armando Ferreira, gerente de reservatórios da OGP. Eles devem produzir entre 5 e 7 mil barris por dia, mas para alcançar o auge da produção terão de ser interligados a outros cinco poços previstos, dos quais quatro já foram perfurados e dois começaram a operar este mês.

“Os recursos para exploração de Tubarão Martelo virão da operação de Tubarão Martelo, com a venda do óleo”, disse Narcélio, explicando que os contratos de aluguel de plataformas com a OSX preveem pagamento no mês subsequente ao início da produção.


O executivo informou ainda que tenta renegociar o valor do aluguel da plataforma OSX-1, para retomar a operação em Tubarão Azul. O campo foi declarado inviável comercialmente em julho, mas após “readequações nos equipamentos e custos”, poderá voltar a operar.

“Estamos em conversas preliminares para reduzir o aluguel, hoje de US$ 400 mil por dia. Se baixarmos o aluguel, ele será economicamente viável”, afirmou Narcélio, sem especificar o valor desejado.

Também não foi estimado prazo para a retomada, prevista inicialmente para dezembro, mas adiada para 2014. No mesmo ano, será iniciada a operação de dois campos de gás na Colômbia, onde a empresa estuda repassar a operação para parceiros.

A medida visa a aliviar sua situação financeira - em setembro, os executivos afirmaram que, sem novos aportes, chegariam a dezembro sem caixa.

“Estamos aqui, operando e com salários em dia”, resumiu o presidente da empresa, após a reunião, marcada pela desconfiança dos investidores com as estimativas, informações comunicadas ao mercado pela empresa e sua gestão financeira.

Segundo Narcélio, a empresa “consegue” tocar as operações com o caixa de US$ 87 milhões com que fechou o terceiro trimestre. Ele também lembrou que a empresa vendeu por R$ 330 milhões a OGX Maranhão para a Eneva (ex-MPX), em novembro.


Arbitragens

As explicações da engenharia financeira da empresa não convenceram os analistas presentes à reunião, que descreveram a situação como “um caos”. Os investidores avaliam que estratégias erradas e falta de transparência levaram à devastadora crise financeira do grupo. “Nada foi feito como divulgado pela companhia.

Era dito que, caso fosse necessário, seria exercida a put do controlador”, afirmou, da plateia, um investidor.

A direção da empresa fez o pedido para a aplicação de US$ 1 bilhão por Eike Batista, como previsto no acordo de acionistas. Mas o controlador recusou o cumprimento do acordo e o caso vai para uma corte de arbitragem.

A empresa aguarda pareceres jurídicos para definir a ação e também se prepara para outra arbitragem internacional, com a Petronas.

A antiga parceira malaia rescindiu em novembro acordo do primeiro semestre para compra de 40% de participação em um bloco da Bacia de Campos por US$ 850 bilhões. “Esse dinheiro fez muita falta.

Se ele tivesse entrado, a companhia não teria pedido recuperação judicial”, disse Narcélio. “Nada foi feito, irresponsavelmente”, completou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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