Petrobras tenta driblar empresas investigadas na Lava Jato
A Petrobras explicou que 8 das 19 plataformas previstas para entrarem em operação no Plano de Negócios e Gestão para 2017-2021 não estão ainda contratadas
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2016 às 20h56.
Rio de Janeiro - A Petrobras está buscando a participação de empresas internacionais e de menor porte em suas licitações como forma de driblar a grande lista de companhias investigadas na operação Lava Jato , enquanto prevê contratar oito novas plataformas de produção de petróleo até o fim de 2018.
Em resposta por e-mail a perguntas da Reuters, a petroleira estatal explicou que oito das 19 plataformas previstas para entrarem em operação no Plano de Negócios e Gestão para o horizonte 2017-2021 não estão ainda contratadas. Essas unidades têm o primeiro óleo estimado para 2020 e 2021.
Atualmente, estão em curso 23 processos administrativos de responsabilização de empresas envolvidas em investigações da operação Lava Jato e, até o momento, três empresas foram declaradas inidôneas pelo Ministério da Transparência.
Empresas inidôneas ficam impedidas de realizar novos contratos e participar de licitações.
Segundo o ministério, 12 empresas manifestaram interesse em fazer acordo de leniência, mas até o momento nenhum foi firmado.
Questionada se vê dificuldades para realizar contratações, a Petrobras disse que está implementando estratégias alternativas para desenvolver empresas de menor porte.
"(A Petrobras está) adequando seus editais de forma a permitir a participação dessas empresas (de menor porte) em seus processos de contratação, além de promover a atração de companhias internacionais para participar de suas licitações", disse a empresa, sem dar mais detalhes.
Os processos de licitação para as plataformas das áreas de Libra e de Sépia, ambas no pré-sal da Bacia de Santos e com o primeiro óleo previsto para 2020, já tiveram início e devem ser concluídos no ano que vem.
No caso de Libra, a Petrobras afirmou que pediu permissão à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para reduzir o percentual de conteúdo local, o que ainda está em análise pela agência reguladora.
A contratação das outras duas plataformas previstas para 2020 deve ter início em breve e será concluída também em 2017, segundo estimativas da Petrobras. Já as quatro plataformas que entrarão em 2021 deverão ser contratadas em 2018.