Petrobras sabia de limitações de refinaria japonesa
Adquirida em 2008, refinaria no Japão seria mais uma na lista de negócios duvidosos da estatal
Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2014 às 16h15.
São Paulo – A Petrobras sabia de limitações de produção da refinaria de Okinawa antes mesmo de sua aquisição, em abril de 2008, segundo informações do jornal Valor Econômico.
Segundo a reportagem, apesar da capacidade para produzir 100 mil barris por dia, Okinawa só conseguiu atingir uma produção pouco maior que a metade deste total por conta de restrições ambientais e regras de segurança impostas pelo Japão.
A refinaria japonesa seria mais uma das negociações polêmicas da estatal, assim como a de Pasadena , no Texas. A estatal comprou 87,5% da refinaria de Okinawa em abril de 2008 por aproximadamente US$ 50 milhões. Os 12,5% restantes foram comprados em 2010.
A história é parecida com a americana: ela foi comprada em duas etapas, com a sócia da Petrobras, a Sumitomo Corporation, exercendo seu direito previsto em contrato de sair do negócio ("put option").
Segundo dados da consultoria Economática, a estatal perdeu 12 bilhões de reais no mês passado na bolsa brasileira, período no qual o Ibovespa recuou 1,14%. Boa parte da queda é atribuída aos maus resultados de 2013 apresentados pela empresa.
No final de fevereiro, o valor de mercado da estatal era de 172,8 bilhões de reais.
A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.