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Petrobras pode ter sócia chinesa para concluir Comperj

Segundo fonte, a retomada do Comperj está no páreo das parcerias negociadas entre a estatal e a CNPC

Comperj: a refinaria já custou US$ 13 bilhões, mas foi paralisada ainda na fase inicial de obras (Agência Petrobras/Divulgação)

Comperj: a refinaria já custou US$ 13 bilhões, mas foi paralisada ainda na fase inicial de obras (Agência Petrobras/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de julho de 2017 às 09h10.

Última atualização em 5 de julho de 2017 às 09h11.

Rio de Janeiro - A Petrobras voltou a apostar na sociedade com investidores chineses para tirar do papel o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), refinaria que já custou US$ 13 bilhões, mas foi paralisada ainda na fase inicial de obras.

Uma parceria começou a ser costurada pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente, com a direção da chinesa CNPC, dentro de um acordo maior de desenvolvimento de projetos em conjunto no Brasil e no exterior, segundo fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast.

Oficialmente, a estatal brasileira informa apenas que, como parte de um memorando de entendimentos assinado ontem, as duas empresas vão avaliar oportunidades "em áreas-chave de interesse mútuo", em toda a cadeia da indústria do petróleo, o que inclui a exploração e produção de óleo e gás e também o refino. O acordo inclui ainda a estruturação de um financiamento.

Mas, segundo fonte que acompanha de perto o acordo, a retomada do Comperj está no páreo das parcerias negociadas com a CNPC. Por enquanto, a Petrobrás aproveita o desaquecimento do consumo de combustíveis, por conta da crise econômica no País, e a baixa utilização das refinarias, para analisar o melhor modelo de formação de parcerias na área de refino, predominantemente estatal.

Solução chinesa

As obras do Comperj, projeto para o município fluminense de Itaboraí (RJ), foram suspensas por conta do alto endividamento e derrocada financeira da Petrobrás, sobretudo após as denúncias, dentro da Operação Lava Jato, de desvio de recursos.

Em um primeiro momento, a estatal afirmou que manteria a obra, com a chegada de investidores chineses, que nunca apareceram de fato - as conversas não foram adiante e o projeto foi suspenso. Essa, portanto, será a segunda vez que a solução chinesa entra no radar.

É certo que, sem um sócio, o projeto não será retomado, como já informou a diretoria. Por enquanto, a única previsão é construir a unidade de processamento do gás natural, porque, sem ela, não terá como escoar a produção do pré-sal, onde o gás será tratado.

"As prefeituras da área de influência do Comperj estão esperançosas, porque o quadro atual é de desalento. Com a suspensão do projeto, tivemos uma perda de arrecadação relevante. Em Itaboraí (RJ), a arrecadação de ISS caiu quase 60%. E a violência aumentou brutalmente", afirmou Rodrigo Neves, prefeito do município fluminense de Niterói e presidente do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento do Leste Fluminense (Conleste), que mantém o diálogo com a Petrobrás para retomar as obras do complexo petroquímico.

Parceria

Petrobrás e CNPC já são parceiras na exploração e produção da área de Libra, grande promessa do pré-sal da Bacia de Santos, ao lado da também chinesa CNCC, além da anglo-holandesa Shell e da francesa Total.

Os chineses são parceiros também na importação do petróleo brasileiro, dentro de um acordo firmado com a Petrobrás, que garante o abastecimento de parte do mercado chinês e o acesso a financiamento para a companhia brasileira.

Esse acordo foi firmado ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, no pior período da crise da Petrobrás, funcionou como a principal fonte de financiamento da estatal brasileira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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