Petrobras pode reduzir investimentos
A receita da maior empresa do setor estatal brasileiro está comprimida pela alta do dólar, do petróleo e dos combustíveis no exterior
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2013 às 08h31.
Rio - Com a receita comprimida pela alta do dólar, do petróleo e dos combustíveis no exterior, a Petrobras já admite a possibilidade de rever seu orçamento para este ano, o maior do setor estatal brasileiro: R$ 97,75 bilhões.
A empresa informou, na terça-feira, 3, ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, que avalia mudar a previsão de investimentos por causa do dólar. Mas até o momento não há decisão tomada sobre o câmbio, nem "alteração relevante nos investimentos da Petrobras previstos para este ano".
"Esse processo encontra-se em avaliação e será concluído dentro dos prazos legais de ajuste orçamentário, como é feito regularmente a cada ciclo de planejamento", disse a empresa em resposta a um questionamento sobre eventual alteração nos investimentos. Informou também que "não houve, até o momento, alteração da previsão do investimento total por causa da alta do câmbio".
A redução dos investimentos seria uma forma de amenizar a pressão sobre a empresa, que está importando petróleo e derivados a custo elevado, pois os produtos estão mais caros lá fora - e o dólar também.
"A Petrobras precisa de mais dinheiro em real para comprá-los. Está perdendo R$ 1 bilhão ao mês só com a importação de diesel e gasolina a preços acima dos praticados internamente. Isso afeta a receita, e a tendência é piorar. Pode ter de rever investimento", diz o analista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
O analista lembra que a solução pode esbarrar na necessidade de o governo manter elevados os investimentos no País. Em relatório, Luiz Carvalho, do HSBC, lembra que a Petrobras precisará gastar pelo menos mais US$ 2 bilhões em compromissos no leilão do pré-sal, em outubro. A estatal é obrigada por lei a participar com pelo menos 30% da área de Libra, que terá bônus de R$ 15 bilhões.
O dólar subiu 16% desde que, em 4 de fevereiro, a petroleira anunciou um aumento de R$ 15 bilhões nos investimentos, em relação aos R$ 84,1 bilhões de 2012. Em dólares, o orçamento é de US$ 48,9 bilhões.
Planejamento
O plano de negócios da Petrobras foi feito em janeiro com base numa cotação constante a R$ 2,00 em 2013, caindo depois para R$ 1,85 no longo prazo (o plano de negócios é quinquenal e vai até 2017). Ontem, o dólar abriu o pregão cotado a R$ 2,40, 20% acima do câmbio planejado, recuou e fechou a R$ 2,36.
Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central para o Boletim Focus projetam o dólar a R$ 2,36 no fim do ano e a R$ 2,40 no fim de 2014. Desde o começo do ano, a Petrobrás investiu R$ 44,1 bilhões, o que representa um aumento de 14,1% em relação ao primeiro semestre de 2012.
Na semana passada, o Ministério do Planejamento informou que o investimento da Petrobras este ano será de R$ 89,3 bilhões (R$ 78,8 bilhões no Brasil e R$ 10,5 bilhões no exterior). Mas a Petrobrás esclareceu que a Lei Orçamentária considera os investimentos denominados diretos, enquanto que os da empresa incluem também os indiretos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Rio - Com a receita comprimida pela alta do dólar, do petróleo e dos combustíveis no exterior, a Petrobras já admite a possibilidade de rever seu orçamento para este ano, o maior do setor estatal brasileiro: R$ 97,75 bilhões.
A empresa informou, na terça-feira, 3, ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, que avalia mudar a previsão de investimentos por causa do dólar. Mas até o momento não há decisão tomada sobre o câmbio, nem "alteração relevante nos investimentos da Petrobras previstos para este ano".
"Esse processo encontra-se em avaliação e será concluído dentro dos prazos legais de ajuste orçamentário, como é feito regularmente a cada ciclo de planejamento", disse a empresa em resposta a um questionamento sobre eventual alteração nos investimentos. Informou também que "não houve, até o momento, alteração da previsão do investimento total por causa da alta do câmbio".
A redução dos investimentos seria uma forma de amenizar a pressão sobre a empresa, que está importando petróleo e derivados a custo elevado, pois os produtos estão mais caros lá fora - e o dólar também.
"A Petrobras precisa de mais dinheiro em real para comprá-los. Está perdendo R$ 1 bilhão ao mês só com a importação de diesel e gasolina a preços acima dos praticados internamente. Isso afeta a receita, e a tendência é piorar. Pode ter de rever investimento", diz o analista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
O analista lembra que a solução pode esbarrar na necessidade de o governo manter elevados os investimentos no País. Em relatório, Luiz Carvalho, do HSBC, lembra que a Petrobras precisará gastar pelo menos mais US$ 2 bilhões em compromissos no leilão do pré-sal, em outubro. A estatal é obrigada por lei a participar com pelo menos 30% da área de Libra, que terá bônus de R$ 15 bilhões.
O dólar subiu 16% desde que, em 4 de fevereiro, a petroleira anunciou um aumento de R$ 15 bilhões nos investimentos, em relação aos R$ 84,1 bilhões de 2012. Em dólares, o orçamento é de US$ 48,9 bilhões.
Planejamento
O plano de negócios da Petrobras foi feito em janeiro com base numa cotação constante a R$ 2,00 em 2013, caindo depois para R$ 1,85 no longo prazo (o plano de negócios é quinquenal e vai até 2017). Ontem, o dólar abriu o pregão cotado a R$ 2,40, 20% acima do câmbio planejado, recuou e fechou a R$ 2,36.
Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central para o Boletim Focus projetam o dólar a R$ 2,36 no fim do ano e a R$ 2,40 no fim de 2014. Desde o começo do ano, a Petrobrás investiu R$ 44,1 bilhões, o que representa um aumento de 14,1% em relação ao primeiro semestre de 2012.
Na semana passada, o Ministério do Planejamento informou que o investimento da Petrobras este ano será de R$ 89,3 bilhões (R$ 78,8 bilhões no Brasil e R$ 10,5 bilhões no exterior). Mas a Petrobrás esclareceu que a Lei Orçamentária considera os investimentos denominados diretos, enquanto que os da empresa incluem também os indiretos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.