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Petrobras pede desculpas a 2 mil empregados que foram investigados

A estatal enviará cartas se desculpando com funcionários que foram alvos de investigações da Lava Jato por eventual envolvimento em corrupção

Petrobras: estatal afirmou que inocentes foram perseguidos e privados do direito de uma defesa adequada (Rafael Henrique/SOPA Images/Getty Images)

Petrobras: estatal afirmou que inocentes foram perseguidos e privados do direito de uma defesa adequada (Rafael Henrique/SOPA Images/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 9 de dezembro de 2019 às 17h39.

A Petrobras enviará cartas com pedidos de desculpas para cerca de 2 mil funcionários que foram alvos de investigações por eventual envolvimento em esquemas de corrupção, a partir da operação Lava Jato, afirmou nesta segunda-feira o presidente da petroleira estatal, Roberto Castello Branco.

Durante seu discurso em evento sobre conformidade na sede da empresa, o executivo frisou que as investigações internas a respeito desses funcionários foram inconclusivas. Para ele, inocentes foram perseguidos e privados do direito de uma defesa adequada.

"Estamos entregando cerca de 2 mil cartas pedindo desculpas às pessoas envolvidas e a seus familiares pelos danos causados. Essas pessoas foram investigadas e sequer tiveram direito de serem informadas de sua inocência ou de que o processo, as acusações, foram inconclusivas", disse o executivo.

"Sei que isso não é suficiente e não vamos apagar da mente e da memória das pessoas, mas considero muito importante um pedido de desculpas àqueles que foram vítimas do que eu chamo de 'jacobinismo', de excessos."

Maior operação de combate à corrupção da história do Brasil, com início em 2014, a Lava Jato desvendou um esquema bilionário de desvio de recursos públicos, com o envolvimento de grandes empreiteiras, políticos e partidos políticos. Muitas irregularidades foram apontadas em contratos com a Petrobras.

Castello Branco defendeu ainda que a baixa contábil de 6,2 bilhões de reais relacionada com valores desviados no esquema de fixação de preços, suborno e propina, reconhecida no balanço financeiro da empresa do terceiro trimestre de 2014, "não corresponde com a realidade".

"O Comperj é um verdadeiro cemitério da corrupção... Fizemos a refinaria mais cara do mundo, Abreu e Lima, que custou 20 bilhões de dólares, um valor que jamais será recuperado", disse o presidente da petroleira.

A empresa reduziu ainda, no quarto trimestre de 2014, o valor de seus ativos em 44,3 bilhões de reais, após ter reavaliado uma série de projetos, principalmente a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e o Comperj, no Rio de Janeiro.

Outras baixas contábeis relacionadas a ativos envolvidos na Lava Jato também foram realizadas posteriormente.

Também presente no evento, o diretor de Governança e Conformidade, Marcelo Zenkner, disse que a empresa não quer esquecer o que aconteceu no passado, mas quer tirar lições e continuar caminhando.

"Fizemos 53 mil visitas técnicas e treinamos 45 mil pessoas", afirmou Zenkner, explicando que há atualmente 194 agentes de integridade, "levando a palavra da ética, moralidade e integridade para disseminar essa cultura na empresa".

"O desafio para 2020 é fazer que os controles internos funcionem como óleo nas engrenagens da Petrobras", pontuou.

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