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Petrobras negocia com Vale transporte para refinaria

Primeira unidade da Premium I, no Maranhão, terá capacidade para processar 300 mil barris por dia

Barris de petróleo: Vale já utiliza linha para transportar soja no sentido contrário (Spencer Platt/Getty Images)

Barris de petróleo: Vale já utiliza linha para transportar soja no sentido contrário (Spencer Platt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2010 às 14h17.

Rio de Janeiro - A Petrobras e a Vale estão negociando um acordo para o transporte ferroviário da produção da refinaria da estatal no Maranhão, a Premium I, partindo do Norte/Nordeste para o Centro-Oeste, informou o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

A primeira unidade da refinaria, que terá capacidade para processar diariamente 300 mil barris de petróleo, está prevista para entrar em operação no final de 2014.

"Vamos substituir os caminhões, porque não faria sentido consumir diesel para transportar diesel", disse Costa a jornalitas após palestra em evento sobre o pré-sal.

Apesar de também serem movidos a diesel, o consumo proporcional nos trens seria bem menor, e na Vale as locomotivas adotam uma mistura de 20 por cento de biodiesel.

Ainda sem detalhes sobre a parceria, Costa informou que a sinergia com a Vale se deve ao transporte de soja no percursso contrário (Centro-Oeste direção Norte/Nordeste). Segundo ele, a mineradora volta com os vagões vazios. "Na volta agora virá com combustíveis para o Centro-Oeste", afirmou.


Costa disse que apesar de terem sido pensadas inicialmente para exportação, após suprirem o mercado interno, as novas refinarias Premium que estão sendo construídas --a do Maranhão, com capacidade para 600 mil b/d em duas fases; e a do Ceará, a Premium II, para 300 mil b/d-- poderão ter que se voltar mais para o mercado brasileiro.

A produção das duas unidades será principalmente de diesel, combustível que atualmente onera a balança comercial do Brasil.

"Se o crescimento do PIB nos próximos anos for acima de 4 por cento, pode ser que seja voltada para o mercado interno", disse o executivo referindo-se à refinaria do Ceará.

Segundo ele, após contratar a norte-americana UOP , o custo das duas unidades será reduzido "substacialmente", e ficará abaixo dos 30 bilhões de dólares anteriormente previstos, sendo 20 bilhões de dólares para a Premium I e 10 bilhões de dólares para a Premium II.

"Vai ter uma redução substancial por conta da otimização do projeto", explicou, sem dar valores.

Ele informou também que a terraplanagem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) foi finalizada e que a Petrobras já fechou contratos no valor de 4,5 bilhões de dólares para a construção da unidade.

Costa se disse otimista com o desempenho do mercado de combustíveis nos próximos anos e previu para 2010 uma alta de consumo da ordem de 10 por cento, "se o ritmo que estamos vendo continuar", afirmou.

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