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Petrobras nega retirada de usina de leilão por corrupção

Em nota, a estatal negou que a retirada de usina termelétrica de leilão realizado em novembro tenha sido motivada por suspeitas de corrupção

Petrobras: segundo nota, o projeto não estava pronto para participar dos leilões “porque o modelo de negócio do projeto foi alterado" (Sergio Moraes/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 16h19.

Rio de Janeiro -Em nota divulgada no início da madrugada de hoje (5), a Petrobras negou que a retirada da Usina Termelétrica Azulão do leilão de energia A-5, realizado em novembro do ano passado, tenha sido motivada "por suspeitas de corrupção ", como consta de matéria do jornal O Globo.

Segundo a nota da Petrobras, o projeto da Usina Termelétrica Azulão não estava pronto para participar dos leilões de 2014, “porque o modelo de negócio do projeto foi alterado, sendo necessário realizar outra concorrência”.

Conforme a Petrobras, caso a licitação fosse realizada hoje, a Empresa Toyo-Setal (citada na matéria como beneficiária do superfaturamento) não poderia participar, em razão de decisão da diretoria executiva da Petrobras, que, em 29 de dezembro de 2014, suspendeu, de forma cautelar, as empresas citadas nos depoimentos deferidos como prova emprestada pelo Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR.

A nota esclarece que o projeto UTE Azulão foi inicialmente concebido para participar do Leilão de Energia Nova, como projeto de autoprodução, de acordo com a Lei do Gás, implantado de forma integrada com uma usina termelétrica e uma unidade de processamento de gás.

“Nesse contexto, para garantir o preço de implantação do projeto antes do leilão, foi realizada uma concorrência contemplando o escopo de todo o empreendimento”, sustentou a Petrobras.

A empresa ressalta que decidiu alterar o modelo de negócios pela impossibilidade de cadastrar o empreendimento como autoprodutor. “Assim, foi desenvolvido novo projeto resultando na separação da planta de processamento de gás da usina termelétrica, contemplando uma estrutura de compra e venda de gás para a termelétrica. Desta forma, não foi possível concluir a negociação do processo inicial de contratação, sendo necessário realizar outra concorrência”, assinalou.

Com relação à licitação realizada, a Petrobras reiterou que “todo o processo de contratação foi conduzido seguindo os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, boa fé e economicidade”. “Como já informado ao jornal, o processo de contratação foi concluído sem sua efetivação, encerrando a questão, nada havendo a discutir sobre o assunto", acrescentou.

Descoberto em 1999 , o campo de Azulão está localizado nos municípios de Silves e Itapiranga, no Amazonas, distante aproximadamente 312 km de Manaus. Diversas soluções técnicas para monetização do gás natural do campo de Azulão foram realizadas desde então. Em 2006, a opção foi utilizar o gás natural para geração de energia, por meio de uma termelétrica nas proximidades dos poços de produção.

No documento, a Petrobras reafirmou que continua desenvolvendo o projeto UTE Azulão, para participar dos Leilões de Energia Nova.

São Paulo - O primeiro trimestre ainda nem acabou, mas a Petrobras já acumulou problemas neste período que podem valer para o ano inteiro. Entre processo de investigação de propina, preço das ações despencando e produção de petróleo menor, a petroleira dá indícios que não vive um bom momento. Veja, a seguir, 10 enroscos em que a Petrobras já se meteu neste ano:
  • 2. Investigação sobre propina

    2 /11(Sérgio Moraes/Reuters)

  • Veja também

    Em fevereiro, ex-funcionários da holandesa SBM, que aluga navios-plataformas, fizeram denúncias que apontam que empregados da Petrobras receberam propina para fechar negócios. O processo indica que funcionários e intermediários da petroleira receberam cerca de 140 milhões de dólares. A Petrobras abriu uma auditoria interna para apurar as denúncias. Segundo Graça, os primeiros resultados da auditoria levaram 30 dias para sair. A Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados aprovou hoje requerimento para que a empresa esclareça tais irregularidades.



  • 3. Endividamento bilionário

    3 /11(REUTERS/Nacho Doce)

  • A captação de  8,5 bilhões de dólares anunciada pela Petrobras nesta semana deve impactar ainda mais o endividamento da estatal. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a dívida líquida da petroleira deverá passar de 100 bilhões de dólares até 2018. De acordo com o novo plano de negócios quinquenal da Petrobras (2014-2018), 60,5 bilhões de dólares serão levantados em dívida bruta nos próximos cinco anos.

  • 4. Queda da produção

    4 /11(Pedro Lobo/Bloomberg News)

    Em 2013, a produção de petróleo da Petrobras caiu 2,5% no Brasil. Neste ano, em janeiro, a produção também recuou.  No primeiro mês do ano, a produção total de petróleo e gás natural ficou 2,2% abaixo do total produzido em dezembro de 2013, quando atingiu 2,36 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Segundo a empresa, a interrupção da produção em duas unidades instaladas na Bacia de Campos e a venda de participação no Parque das Conchas impactaram a produção do período.


  • 5. Multa bilionária

    5 /11(REUTERS/Sergio Moraes)

    Entre outubro de 2013 e janeiro deste ano, a Petrobras recebeu cinco autuações da Receita Federal que somam 8,7 bilhões de reais. As informações estão no prospecto preliminar publicado na Securities and Exchange Comission (SEC), regulador do mercado de capitais da América do Norte. A Petroleira informou que já apresentou recursos em todos os casos. O processo ainda está em fase de julgamento.

  • 6. Ações despencaram

    6 /11(Alexandre Battibugli/EXAME)

    No final do mês passado, as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras caíram  para o menor nível desde 2005 após a divulgação de que a dívida líquida da empresa havia crescido 50% no último ano. Os papéis preferenciais da empresa tiveram a maior queda da bolsa de São Paulo no dia 26 de fevereiro. As ações fecharam o dia cotadas a 13,70 reais, seu menor valor desde 27 de dezembro de 2005.

  • 7. Valor de mercado menor

    7 /11(Dado Galdieri/Bloomberg)

    A Petrobras foi a empresa que mais encolheu em valor de mercado no mês de fevereiro deste ano.
    Segundo dados da consultoria Economática, a estatal perdeu 12 bilhões de reais no mês passado na bolsa brasileira, período no qual o Ibovespa recuou 1,14%. Boa parte da queda é atribuída aos maus resultados de 2013 apresentados pela empresa.

    No final de fevereiro, o valor de mercado da estatal era de 172,8 bilhões de reais.

  • 8. Preço do dólar divergente

    8 /11(Bruno Domingos/Reuters)

    Durante evento para divulgar seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, a Petrobras afirmou que vai trabalhar com um dólar de 2,23 reais neste ano.

    A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
  • 9. Preço do combustível

    9 /11(Divulgação/Petrobras)

    A interferência do governo nos negócios da Petrobras também tem preocupado investidores, principalmente quando o assunto é o polêmico  reajuste no preço do combustível.

    A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.

  • 10. Independência do governo

    10 /11(Francois Lenoir/Reuters)

    No mês passado, Silvio Sinedino, funcionário da Petrobras há 26 anos e presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), ganhou o direito de ocupar uma cadeira no conselho de administração da estatal. Ao que tudo indica, Sinedino quer deixar claro que os funcionários da companhia não compactuam com a ideia de que as decisões da empresa teriam de estar totalmente alinhadas às decisões do Governo Federal. Hoje o conselho da Petrobrás é formado por dez membros, sete indicados pelo governo, um pelos acionistas minoritários de ações minoritárias, um pelos acionistas de ações preferenciais e um pelos empregados.





  • 11. Agora, veja 20 empresas que dominam o país

    11 /11(AGÊNCIA BRASIL)

  • Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCorrupçãoEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEscândalosEstatais brasileirasFraudesGás e combustíveisIndústria do petróleoLeilõesPetrobrasPetróleoUsinas

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