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Petrobras não pode alterar preço todo dia, diz Gabrielli

Política de preços da empresa será mantida, mas não terá alterações constantes por ser mercado dominante

Segundo Gabrielli, a empresa não pode manter os preços desconectados do mercado internacional por muito tempo (Divulgação)

Segundo Gabrielli, a empresa não pode manter os preços desconectados do mercado internacional por muito tempo (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2011 às 11h38.

Londres - O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou hoje que a política de preços da empresa será mantida, com objetivo de longo prazo. Segundo ele, a empresa não pode manter os preços desconectados do mercado internacional por muito tempo, porque isso incentivaria exportações ou importações de derivados, dependendo da circunstância. Ao mesmo tempo, o executivo disse que, em razão de sua posição dominante no mercado, a Petrobras não pode mexer nos preços "todos os dias".

"No Brasil, mais importante do que quem controla a empresa é o seu tamanho", disse. "Qualquer empresa grande agiria como a Petrobras, é racional, você não muda preços todos os dias se você é dominante no mercado como somos", afirmou, em apresentação a investidores, em Londres.

Refinarias

Gabrielli avaliou que faz sentido econômico investir em refinarias, mesmo que os projetos representem margens menores. Segundo ele, o Brasil é um dos mercados que mais crescem no mundo e a última refinaria construída no País é de 1980. Por isso, a empresa irá adicionar 395 mil barris por dia (bpd) de capacidade na área até 2015, conforme o plano de investimentos apresentado na semana passada.

O executivo disse que dos US$ 70,6 bilhões a serem aportados em refinarias, 50% serão para ampliação da capacidade. "A Petrobras está a 100% da capacidade de refinaria."

Gabrielli diferenciou as perspectivas para os mercados emergentes, com avanço da demanda e os países ricos, onde existe perspectiva de redução do consumo até 2020. "Como resultado, vemos que o mercado está reduzindo investimentos nas refinarias nos EUA, Europa e Japão. A última construída nos EUA foi em 1976. Nos últimos dez anos, não tivemos nenhuma grande no Japão e provavelmente na Europa", afirmou.

Em contraste, países como China, Índia e Brasil estão vendo aumento dos investimentos em refinarias. "Os investimentos crescem onde há mercado. O mundo não é a Europa, não é apenas os EUA, há vida em outros mercados."


Importação

Se a Petrobras não investir em refinarias, a fatia da importação de derivados pelo Brasil passará dos atuais 5% para 40%, afirmou hoje o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli. Ele defendeu a decisão da empresa de fazer aportes e elevar a capacidade do setor, apesar dos questionamentos sobre a rentabilidade da área. "Nenhuma grande empresa se mataria e deixaria de fazer (o investimento)", disse hoje, em entrevista à imprensa, em Londres. Ele também frisou que as companhias integradas são mais lucrativas.

O executivo reiterou que a companhia irá importar mais gasolina no segundo semestre deste ano do que nos primeiros seis meses de 2011, em razão do aumento da demanda no Brasil. No primeiro semestre, a estatal importou o equivalente a três dias de consumo, número que será elevado até o final do ano. Gabrielli não especificou o volume que deve ser comprado do exterior.

O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou que existe alinhamento entre o interesse do governo, principal acionista, e o dos investidores. Ele lembrou que, além da participação majoritária, o governo ampliou o investimento na Petrobras por meio do fundo soberano "porque acredita no retorno da empresa".

Sobre a carreira política, Gabrielli descartou a possibilidade de sair candidato em 2012. Entretanto, deixou a questão em aberto para 2014. "Sobre 2014, é muito cedo para ter qualquer decisão", disse.

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