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Petrobras inicia contratação de 3 plataformas, uma delas a maior do Brasil

Plataformas podem custar entre 2,5 bilhões e 3 bilhões de dólares; empresa quer ampliar exploração do pré-sal

Plataforma da Petrobras: três novas plataformas são tipo FPSO, que transportam e armazenam navio (Pilar Olivares/Reuters)

Plataforma da Petrobras: três novas plataformas são tipo FPSO, que transportam e armazenam navio (Pilar Olivares/Reuters)

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Reuters

Publicado em 24 de julho de 2020 às 10h27.

Última atualização em 24 de julho de 2020 às 10h43.

A Petrobras informou que sua Diretoria Executiva aprovou nesta sexta-feira o início dos processos de contratação de três novas plataformas do tipo FPSO para o campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, sendo que uma delas será a unidade com maior capacidade de produção do país e uma das maiores do mundo.

As três novas plataformas fazem parte do Plano de Desenvolvimento do mega campo de petróleo, que prevê um total de doze unidades instaladas até o final da década.

"Ao término da fase de desenvolvimento, é esperado que o campo de Búzios produza mais de 2 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), tornando-se o maior ativo de produção da Petrobras", disse a empresa.

Atualmente, há quatro unidades em operação em Búzios, que respondem por mais de 20% da produção total da Petrobras --a extração de petróleo da empresa no Brasil somou 2,245 milhões de barris ao dia no segundo trimestre.

As três novas unidades serão as primeiras contratadas após a aquisição dos volumes excedentes da cessão onerosa do campo de Búzios, em novembro de 2019, em parceria com as companhias chinesas CNOOC Petroleum e CNODC --no leilão, a Petrobras pagou 61,4 bilhões de reais em bônus de assinatura.

A primeira das três novas unidades, cujo início da contratação foi aprovado, será o FPSO Almirante Tamandaré com entrada em produção prevista para o segundo semestre de 2024.

Segundo a estatal, esse FPSO será afretado com capacidade de processamento diário de 225 mil barris de óleo e 12 milhões de m3 de gás, e será a maior unidade de produção de petróleo a operar no Brasil.

A informação confirma reportagem da Reuters publicada no início do mês sobre a contratação da unidade.

Plataformas deste tipo e tamanho --em formato de navio, que armazena e descarrega petróleo, muito usada para campos em águas profundas-- podem custar entre 2,5 bilhões e 3 bilhões de dólares para serem construídas.

Em geral, a empresa vencedora de licitações constrói a plataforma e fecha contrato de arrendamento com a Petrobras por 15 a 20 anos, e as taxas podem chegar a até 1 milhão de dólares por dia.

Segundo a Petrobras, Búzios possui os seis poços com maior produção de petróleo do país, e a "alta produtividade do campo justifica a instalação de FPSOs de maior porte".

Cerca de dez empresas foram pré-qualificadas pela Petrobras para competir no processo pela plataforma gigante, disse uma fonte com conhecimento do assunto à Reuters, incluindo os maiores arrendadores de FPSOs do mundo, como a japonesa Modec e a holandesa SBM Offshore NV.

Em fato relevante nesta sexta-feira, a Petrobras disse ainda que as outras duas unidades, P-78 e P-79, serão contratadas na modalidade Engineering, Procurement and Construction (EPC) e terão capacidade para processar diariamente 180 mil barris de óleo e 7,2 milhões de m3 de gás, cada uma. A previsão é de que elas entrem em operação em 2025.

A empresa afirmou que contratará também equipamentos conhecidos como árvores de natal molhadas (ANMs), sondas, serviços de poços e sistema de coleta.

"A expectativa é de que as contratações dos FPSOs e das ANMs sejam concluídas em 2021, e as demais se iniciem nos próximos 18 meses."

Quinta unidade

A Petrobras afirmou ainda que uma quinta plataforma a operar em Búzios, o FPSO Almirante Barroso, está em construção e tem início de produção previsto para o segundo semestre de 2022.

O foco em Búzios mostra o apetite da Petrobras de avançar em seus campos mais produtivos, apesar de a recente contração dos preços do petróleo ter feito a estatal revisar para baixo planos de investimento.

A Petrobras informou ao final do ano passado, antes da pandemia de coronavírus, investimentos de cerca de 17,9 bilhões de dólares em Búzios no período de 2020 a 2024, quase um quarto do montante total previsto no plano.

Segundo a Petrobras, Búzios, o maior campo de petróleo em águas profundas do mundo, é um ativo de classe mundial, com petróleo de ótima qualidade, reservas substanciais, baixo risco e baixo custo de extração.

Os mais de 45 poços perfurados até o momento confirmam a excelente qualidade do reservatório.

As características de permeabilidade e porosidade do reservatório, associadas a grandes espessuras de coluna de óleo, permitem que cada poço de Búzios produza, em média, mais de 50 mil barris de óleo por dia, afirmou a empresa.

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