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Petrobras estuda comprar participação da Eni na Galp

A Petrobras afirmou porém "que até o momento nenhuma análise foi concluída"

Petrobras (Germano Luders)

Petrobras (Germano Luders)

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Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2011 às 16h29.

Rio de Janeiro - A Petrobras informou na terça-feira que estuda a possibilidade de uma potencial transação com a italiana Eni para compra de uma fatia na portuguesa Galp, empresa parceira da estatal brasileira no cobiçado pré-sal da bacia de Santos.

A Petrobras afirmou porém "que até o momento nenhuma análise foi concluída assim como não há qualquer documento vinculante entre as partes".

Os rumores sobre a venda da participação da Eni na Galp para a Petrobras existem desde que a empresa italiana decidiu vender sua fatia de 33 por cento na companhia após não conseguir comprar o controle da mesma.

Em janeiro de 2010 a mídia publicou que as negociações entre a Petrobras e a Eni haviam sido retomadas , o que foi negado pela Petrobras na época.

A notícia nesta terça-feira coincidiu com um forte movimento de realização de lucros após altas expressivas das ações da Petrobras nos últimos dias.

Às 14h15 (horário de Brasília), os papéis preferenciais caíam 1,7 por cento, cotados a 26,53 reais, enquanto o Ibovespa caía 0,3 por cento. As ordinárias da estatal cediam 2,05 por cento, a 29,68 reais.

"A Petrobras não só teve notícias boas nos últimos dias como aumentou seu peso no Ibovespa, o volume tem sido forte nos últimos dias e puxou essa realização", destacou Lucas Brendler, do Geração Futura Investimentos.

A empresa declarou no final do ano que os campos de Lula (ex-Tupi) e Cernambi (ex-Iracema) são comercialmente viáveis. Além disso, o petróleo tem atingido preços superiores a 2010, apesar da queda desta terça-feira.

Brendler avaliou que a notícia sobre a compra da Galp pode ter puxado algumas realizações de lucro, com investidores considerando alto o possível pagamento de 3,5 bilhões de euros (4,7 bilhões de dólares) por 33 por cento da participação da Eni na empresa portuguesa, valor não confirmado pela Petrobras.

"É uma quantia bastante alta e ela (Petrobras) está no meio do desenvolvimento do pré-sal, quem olhou com ideal de realização no curto prazo pode estar saindo", disse o analista, que não vê motivos para se desfazer do papel.

"O petróleo está subindo, os estoques (de petróleo) nos EUA estão caindo, o que pode significar recuperação mais forte dos EUA... o cenário é muito positivo para a companhia", disse Brendler.

PARTICIPAÇÃO NO PRÉ-SAL

Uma fatia na Galp poderia significar para a Petrobras a porta para novos mercados no exterior, mas seria também a garantia que a Galp vai investir na exploração do pré-sal da bacia de Santos, na opinião do analista do BB Investimentos.

"Essa é uma parceria que está sendo estudada há muito tempo. Para a Petrobras é importante porque tem o pré-sal, e a Galp é um parceiro pequeno no pré-sal, talvez não tivesse fôlego financeiro para explorar o pré-sal", avaliou Nelson Matos, do BB Investimentos.

"Em termos estratégicos tem tudo a ver com a Petrobras, mas tem que ver qual será o preço final", disse o analista que não via na queda desta terça-feira influência do possível negócio com a Galp. "É realização", avaliou.

Segundo Matos, a Eni poderia sair bem dessa negociação porque a Galp teve uma forte valorização por conta da recente declaração de comercialidade dos campos de Lula (ex-Tupi) e Cernambi (ex-Iracema).

A Galp está junto com a Petrobras no bloco BM-S-11 (Lula e Cernambi), no qual tem 10 por cento; além do BM-S-8 (14 por cento); BM-S-21 (20 por cento) e BM-S-24 (20 por cento).

Para Marco Antonio Saravalle, da corretora Coinvalores, a eventual compra de uma fatia na Galp deve ser recebida pelos investidores como uma notícia positiva, já que com isso a Petrobras aumenta ainda mais a sua participação no pré-sal da bacia de Santos.

"Para mim o interesse da Petrobras nesse negócio é aumentar a fatia no pré-sal, o foco da empresa é o pré-sal e não em um ativo lá de fora, é uma questão de estratégia de investimentos", disse o analista.

"O mundo inteiro está de olho no pré-sal, por que não aumentar o controle sobre as reservas? Por que não ter o máximo que puder dele? Isso agrega valor ao acionista", avaliou Saravalle.

De acordo com um jornal de Portugal, a Petrobras teria oferecido 4,7 bilhões de dólares pela participação da Eni na petrolífera portuguesa, após o fim de um acordo entre os principais acionistas, ao final de 2010, que impedia a venda de participações.

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