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Petrobras depende de 2º parecer para venda de ativo

Companhia está próxima de fechar a venda de mais um ativo dentro do seu plano de desinvestimento


	Terminal portuário da Petrobras na Baia da Guanabara, no Rio de Janeiro
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Terminal portuário da Petrobras na Baia da Guanabara, no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2014 às 18h56.

Rio - A Petrobras está próxima de fechar a venda de mais um ativo dentro do seu plano de desinvestimento, que, ao todo, somará US$ 9,9 bilhões até 2017.

O negócio, aprovado com restrições pelo conselho de administração da estatal, depende ainda do parecer de um segundo banco sobre o valor do ativo, que deve ser concluído no prazo de um mês.

Silvio Sinedino, conselheiro representante dos funcionários, conta que a exigência partiu dele e dos representantes dos acionistas minoritários, José Monforte e Mauro Cunha, em mais um episódio de desentendimento com o grupo indicado pelo governo federal.

O argumento dos três conselheiros, pondera, é de que, com o modelo atual de venda, a estatal não alcançará os melhores preços de mercado e comprometerá a transparência das negociações, exatamente em um momento de acusações de corrupção na companhia.

A defesa de Sinedino é pelo modelo de licitações e não de carta convite, como está sendo adotado, em que um banco é contratado para comandar o negócio, definir o valor do ativo e ainda compará-lo às propostas apresentadas pelas empresas.

Pelo modelo atual, ressalta, a Petrobras perde a chance de promover mais concorrência e conseguir preços melhores.

Mas, diante da resistência dos conselheiros indicados pelo governo para alterar as condições do plano de desinvestimento, o consenso foi pela contratação de um segundo banco avaliador do ativo, disse Sinedino.

"Todo o mercado sabe que a Petrobras está em situação de constrangimento financeiro e que irá se esforçar para vender os seus ativos. Anunciar o programa de desinvestimento não é um bom negócio", diz o representante dos funcionários.

Ele conta que na reunião em que a venda do ativo foi anunciada, os conselheiros representantes do governo chegaram a comemorar a proposta apresentada, por superar o valor considerado justo pelo banco avaliador.

Mas, tiveram que voltar atrás e acatar a contratação de nova consultoria quando os três conselheiros exigiram uma segunda avaliação.

A contestação recebeu o apoio do presidente do Conselho, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, segundo Sinedino. Ele teria concordado também que a licitação seria o meio mais rentável para a estatal.

Mas, foi voto vencido pelo restante do Conselho sob o argumento de que o processo levaria tempo demais e que a empresa perderia uma grande oportunidade, de se desfazer de um negócio a um preço acima do considerado pelo banco avaliador.

No cálculo da validade do negócio, a medida utilizada foi a geração de caixa, o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização).

Foram comparados quantos Ebitdas foram gastos na compra da unidade e quantos seriam pagos por ela. Pela avaliação do banco, a relação é favorável à companhia, ou seja, o valor da venda será maior do que o de compra.

Mas, na visão do representante dos funcionários no conselho, é possível que a utilização da medida de geração de caixa não seja a mais correta para avaliar o negócio, por não refletir, por exemplo, variações cambiais e inflação.

Por isso, Sinedino pede que a taxa de retorno e os valores correntes envolvidos na negociação sejam revelados.

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