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Petrobras demite Nestor Cerveró, da BR Distribuidora

O presidente da BR Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, acumulará interinamente as atividades da diretoria financeira, disse a empresa em comunicado

Refinaria da Petrobras em Pasadena: Cerveró ocupava a diretoria internacional da Petrobras quando a compra da refinaria, no Texas, foi aprovada (Agência Petrobras / Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2014 às 20h44.

São Paulo - O Conselho de Administração da Petrobras Distribuidora, subsidiária da Petrobras , demitiu nesta sexta-feira o diretor financeiro da subsidiária, Nestor Cerveró, envolvido na polêmica aquisição de uma refinaria no Texas, em 2006, informou a empresa em comunicado nesta sexta-feira.

Cerveró ocupava a diretoria internacional da Petrobras quando a compra da refinaria em Pasadena, no Texas, foi aprovada.

A compra da refinaria, alvo de suspeitas de superfaturamente e que está sendo investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, teve o aval da presidente Dilma Rousseff, que à época era ministra-chefe da Casa Civil do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e presidia o Conselho de Administração da Petrobras.

Em nota nesta semana, Dilma disse que a aprovação do negócio pela estatal se deu baseada em documento "técnica e juridicamente falho" elaborado por Cerveró quando diretor da área internacional da empresa.

A Petrobras adquiriu 50 por cento da refinaria em 2006 por 360 milhões de dólares. Mas em seguida amargou uma batalha judicial com o parceiro no projeto, a Astra, que possuía os 50 por cento restante, e acabou sendo obrigada a desembolsar em 2012 mais 820 milhões de dólares para ficar com a totalidade da empresa.

Investigações do TCU apontaram que a refinaria tinha sido vendida no ano anterior, em 2005, por menos de 50 milhões de dólares, ante um total desembolsado pela estatal brasileira de 1,2 bilhão de dólares ao longo dos últimos anos.

Segundo nota da Presidência da República, o resumo executivo preparado pelo diretor Cerveró omitiu cláusulas do contrato que "se conhecidas, seguramente não seriam aprovadas pelo Conselho".

O imbróglio envolvendo a compra da refinaria nos Estados Unidos fez com que a oposição passasse a tentar articular a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a estatal, apostando na ajuda de dissidentes.

Deputados insatisfeitos com o governo federal já impuseram uma derrota ao governo ao aprovar a criação de uma comissão de parlamentares para ir à Holanda investigar denúncias de que a empresa holandesa SBM Offshore pagou propina a funcionários da estatal.

A abertura de uma CPI para investigar a Petrobras, que tem sofrido com um alto endividamento e com a recusa do governo em permitir o reajuste dos combustíveis, pode gerar embaraços à presidente Dilma, que tenta a reeleição neste ano.

Na nota desta sexta, a Petrobras Distribuidora informou que o presidente da empresa, José Lima de Andrade Neto, acumulará interinamente as atividades da diretoria financeira.

Atualizado às 20h43min, para adicionar mais informações.

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São Paulo - O Conselho de Administração da Petrobras Distribuidora, subsidiária da Petrobras , demitiu nesta sexta-feira o diretor financeiro da subsidiária, Nestor Cerveró, envolvido na polêmica aquisição de uma refinaria no Texas, em 2006, informou a empresa em comunicado nesta sexta-feira.

Cerveró ocupava a diretoria internacional da Petrobras quando a compra da refinaria em Pasadena, no Texas, foi aprovada.

A compra da refinaria, alvo de suspeitas de superfaturamente e que está sendo investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, teve o aval da presidente Dilma Rousseff, que à época era ministra-chefe da Casa Civil do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e presidia o Conselho de Administração da Petrobras.

Em nota nesta semana, Dilma disse que a aprovação do negócio pela estatal se deu baseada em documento "técnica e juridicamente falho" elaborado por Cerveró quando diretor da área internacional da empresa.

A Petrobras adquiriu 50 por cento da refinaria em 2006 por 360 milhões de dólares. Mas em seguida amargou uma batalha judicial com o parceiro no projeto, a Astra, que possuía os 50 por cento restante, e acabou sendo obrigada a desembolsar em 2012 mais 820 milhões de dólares para ficar com a totalidade da empresa.

Investigações do TCU apontaram que a refinaria tinha sido vendida no ano anterior, em 2005, por menos de 50 milhões de dólares, ante um total desembolsado pela estatal brasileira de 1,2 bilhão de dólares ao longo dos últimos anos.

Segundo nota da Presidência da República, o resumo executivo preparado pelo diretor Cerveró omitiu cláusulas do contrato que "se conhecidas, seguramente não seriam aprovadas pelo Conselho".

O imbróglio envolvendo a compra da refinaria nos Estados Unidos fez com que a oposição passasse a tentar articular a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a estatal, apostando na ajuda de dissidentes.

Deputados insatisfeitos com o governo federal já impuseram uma derrota ao governo ao aprovar a criação de uma comissão de parlamentares para ir à Holanda investigar denúncias de que a empresa holandesa SBM Offshore pagou propina a funcionários da estatal.

A abertura de uma CPI para investigar a Petrobras, que tem sofrido com um alto endividamento e com a recusa do governo em permitir o reajuste dos combustíveis, pode gerar embaraços à presidente Dilma, que tenta a reeleição neste ano.

Na nota desta sexta, a Petrobras Distribuidora informou que o presidente da empresa, José Lima de Andrade Neto, acumulará interinamente as atividades da diretoria financeira.

Atualizado às 20h43min, para adicionar mais informações.

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