A Petrobras irá priorizar seus projetos de exploração e produção de petróleo no Brasil, com ênfase no pré-sal (Germano Lüders / EXAME)
Karin Salomão
Publicado em 29 de junho de 2015 às 14h09.
São Paulo - A Petrobras irá investir 37% a menos do que o previsto anteriormente e irá focar seus esforços em projetos no pré-sal. A estatal anunciou hoje, 29, o seu plano de negócios para a gestão de 2015 a 2019.
Segundo o documento, os objetivos são a desalavancagem da empresa e geração de valor para acionistas.
Os investimentos totais foram reduzidos em 37% quando comparados ao plano anterior, somando 130,3 bilhões de dólares. Em exploração e produção de petróleo no Brasil, ela irá investir 108,6 bilhões de dólares.
De acordo com a Petrobras, serão destinados 64,4 bilhões de dólares a novos sistemas de produção, dos quais 91% no pré-sal.
Nas demais áreas de negócios, os investimentos concentram-se à manutenção das operações e a projetos relacionados ao escoamento da produção de petróleo e gás natural. Em abastecimento, serão investidos 12,8 bilhões de dólares e, em gás e energia, 6,3 bilhões de dólares.
Para reduzir os gastos da petroleira, o plano prevê a adoção de medidas de otimização e ganhos de produtividade.
Segundo o documento, a estatal já identificou ações para aumentar a eficiência na gestão de serviços contratados, racionalizar as estruturas e reorganizar os negócios, diminuindo também os custos com recursos humanos. No entanto, ela não especificou quais seriam essas mudanças.
A Petrobras espera chegar a uma alavancagem líquida inferior a 40% até 2018 e a 35% até 2020. Já a proporção entre o endividamento líquido e o EBITDA deverá ser inferior a 3,0 vezes até 2018 e a 2,5 vezes até 2020, segundo os planos da empresa.
Entre 2015 a 2016, a Petrobras irá desinvestir 15,1 bilhões de dólares, sendo 30% na exploração e produção, 30% no abastecimento e 40% em gás e energia.
Já entre 2017 e 2018, ela irá se focar na reestruturação de negócios, desmobilização de ativos e desinvestimentos adicionais. Essas medidas irão totalizar 42,6 bilhões de dólares em desinvestimentos nesses dois anos.
No entanto, a companhia não especificou quais seriam as áreas afetadas pelos desinvestimentos, nem anunciou quais projetos seriam cancelados ou paralisados.