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Petrobras admite hipótese de desistência da Venezuela em refinaria

Diretor confirma que a empresa está pronta para assumir toda a resposabilidade pela refinaria feita em Pernambuco

A Petrobras espera que a refinaria começe a funcionar em 2012 (Divulgação/Petrobras)

A Petrobras espera que a refinaria começe a funcionar em 2012 (Divulgação/Petrobras)

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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2010 às 15h59.

Rio de Janeiro - A Petrobras admitiu nesta terça-feira a "hipótese" de que a venezuelana PDVSA desista da refinaria binacional que ambas concordaram construir em Pernambuco e cujas obras foram iniciadas apenas com recursos brasileiros.

O diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, admitiu nesta terça-feira em entrevista coletiva que a companhia brasileira adiou alguns investimentos na refinaria por conta da "hipótese" de que a empresa venezuelana finalmente desista do negócio.

A refinaria binacional Abreu e Lima está sendo construída em Pernambuco e calcula-se que entrará em operações em 2012, com capacidade para processar diariamente 230 mil barris de petróleo procedente do Brasil e da Venezuela.

As negociações começaram em 2005 e desde então ambas as empresas tentam driblar várias divergências.

Apesar do contrato definitivo de acionistas e o estatuto da empresa binacional já ter sido assinado e prever que a companhia brasileira terá uma participação de 60% e a venezuelana de 40%, a Petrobras decidiu iniciar as obras unilateralmente porque a PDVSA não conseguiu os recursos comprometidos.

Segundo Costa, há a necessidade de comprar uma unidade especial de redução de enxofre que custa entre US$ 350 milhões e US$ 400 milhões para poder processar o petróleo venezuelano, mas a empresa não efetuará a compra enquanto a indefinição se mantiver. De acordo com o diretor de abastecimento, a estatal está trabalhando com a hipótese de ter que assumir o projeto sozinha.

A entrevista foi concedida nesta terça-feira no Rio de Janeiro, e contou ainda com a presença do presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli, que apenas duas semanas atrás havia manifestado sua confiança na resolução dos problemas.

Costa disse que, para garantir sua parte no projeto, a PDVSA teria que desembolsar R$ 7,6 bilhões como contrapartida a empréstimos assumidos pela Petrobras e às despesas que já fez na construção da refinaria.

O dirigente explicou que, apesar dos acordos já terem sido assinados e não haja nenhum impedimento contratual, a PDVSA precisa superar dois empecilhos que a impedem de assumir sua parte na refinaria.

O primeiro é a responsabilidade por 40% de um empréstimo já concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e no qual sua parte equivale a R$ 3,6 bilhões. Também é necessário que faça uma contribuição de capital de 40% do que a Petrobras já investiu na refinaria, o que significa que teriam que desembolsar mais R$ 4 bilhões.

Costa disse que Petrobras não tem nenhuma previsão de quando a PDVSA conseguirá solucionar esses problemas e acrescentou que, enquanto isso, a construção da refinaria "avança rapidamente" com a meta de que seja possível começar a operar no final de 2012.

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