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Pescador transformou US$ 80 em US$ 1,1 bi com peixe impopular

No começo da década de 1980, Bundrant convenceu os americanos a comer escamudo, que na época era considerado um peixe sem valor para a pesca

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Pesca: o índice da Bloomberg calcula que Bundrant seja dono de 51% da Trident (mihtiander/Thinkstock)

Pesca: o índice da Bloomberg calcula que Bundrant seja dono de 51% da Trident (mihtiander/Thinkstock)

A
Alex Sazonov, da Bloomberg

Publicado em 19 de julho de 2017 às, 18h06.

Moscou - Chuck Bundrant estava no primeiro ano da faculdade e tinha US$ 80 no bolso quando atravessou metade dos EUA e chegou a Seattle para ganhar uns dólares pescando. O ano era 1961.

Ele nunca mais parou de pescar.

E hoje, Bundrant, fundador e dono majoritário da Trident Seafoods, tem um patrimônio de pelo menos de US$ 1,1 bilhão, segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg. Essa fortuna deve-se a uma boa dose de coragem.

No começo da década de 1980, ele convenceu os americanos a comer escamudo, que na época era considerado um peixe sem valor para a pesca, nos restaurantes de comida rápida e até hoje a Trident o vende – junto com salmão e bacalhau – a redes como Costco e Safeway.

O índice da Bloomberg calcula que Bundrant seja dono de 51 por cento da Trident, empresa de capital fechado cuja receita no ano passado foi de US$ 2,4 bilhões, segundo informações compiladas de associações do setor.

Ela está avaliada pelo índice da Bloomberg em cerca de US$ 2,1 bilhões mediante comparações com cinco empresas de capital aberto do setor, como Clearwater Seafoods e Oceana Group.

A Trident opera cerca de 16 instalações de processamento e 41 navios pesqueiros – e insiste em preservar sua independência.

“Não respondemos a bancos de investimento, como algumas outras empresas de frutos do mar”, afirma a companhia em seu site. “Respondemos apenas a nossos clientes, nossos pescadores e nossos funcionários.”

Bundrant não quis comentar. Ele nomeou seu filho Joe como CEO em 2013 e não está envolvido nas operações cotidianas, mas seu velho amigo Brent Paine, diretor executivo da United Catcher Boats, uma associação do setor, lembra-se dele como uma pessoa “que assume riscos enormes, com uma mente aberta às oportunidades”.

A lenda

Como contou a publicações de Seattle e no site da Trident, Bundrant estava de folga de um programa preliminar de veterinária no Tennessee quando viajou para Seattle. Ele acabou chegando a Bristol Bay, no Alasca, onde dormia no cais e aceitava qualquer trabalho que conseguisse arranjar.

Após alguns anos, Bundrant queria abrir uma empresa no setor. Ele conheceu dois caranguejeiros – Kaare Ness e Mike Jacobson – e em 1973 os três juntaram dinheiro e construíram um barco de 41 metros que revolucionou o setor de frutos do mar, segundo o histórico corporativo da Trident.

No começo da década de 1980, as reservas de caranguejos haviam começado a diminuir e Bundrant decidiu passar para o escamudo, um “peixe de fundo” abundante no mar de Bering. O escamudo era popular na Ásia, mas não nos EUA. Bundrant achava que os americanos gostariam do sabor se provassem.

Vendas

A primeira venda foi à rede Long John Silver’s, história narrada em uma matéria da revista Evansville Business em 2013. Em uma chamada de vendas, Bundrant serviu o peixe ao CEO do restaurante, que observou que tinha adorado o bacalhau – que, na verdade, era escamudo.

Isso abriu as portas para fazer negócios com o McDonald’s e o Burger King, e com varejistas como Costco, usando o escamudo, que é mais barato, em sanduíches, pratos de peixe com batata frita e imitações de molho de caranguejo.

Hoje, os negócios da Trident são apoiados por um mercado pesqueiro em rápido crescimento porque os consumidores buscam incorporar proteína saudável à dieta, segundo um estudo da ONU.

Um índice de preços de peixes, o Oslo Seafood Index Global, deu um salto de mais de 300 por cento nos últimos cinco anos, com o impulso da crescente demanda por salmão e dos preços mais altos.

Chuck Bundrant sempre gostou de Henry Ford, segundo Paine. “Uma vez ele me disse: ‘Todo setor precisa de um líder forte, isso ajuda as pequenas empresas. Eu sou esse grande líder’.”

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