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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
Depois da Sadia, que registrou seu pior resultado semestral desde 2002 (lucro de 84,536 milhões de reais), o cenário externo desfavorável também mostrou seus efeitos negativos no desempenho da Perdigão - sua maior concorrente. A empresa apresentou um prejuízo líquido consolidado de 15,9 milhões de reais no primeiro semestre. No mesmo período de 2005, a empresa lucrou 155,3 milhões de reais. A gripe aviária, que reduziu o consumo e os preços do mercado internacional, e a febre aftosa, que desencadeou o embargo russo à carne suína brasileira, foram os principais responsáveis pelo mau resultado, de acordo com a Perdigão.
A receita bruta do semestre, 2,621 bilhões de reais, foi 8,2% inferior à da comparação. Na conta, está uma expansão de 5,3% do faturamento no mercado interno, que somou 1,521 bilhão de reais. A contrapartida foi um recuo de 22% nas receitas com exportações, que somaram 1,1 bilhão de reais.
Já a receita líquida, 2,256 bilhões de reais, foi 10,3% menor. Com as dificuldades do mercado externo, o Brasil ganhou peso na composição do faturamento. A venda de produtos processados de carne no mercado interno, por exemplo, respondeu por 37,4% da receita líquida semestral. Em 2005, a participação foi de 32,1%. Os produtos enviados para o exterior, porém, recuaram. A maior queda coube às vendas de aves, cujo peso na receita líquida baixou de 33,1% para 26,6%.
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também sofreu os efeitos da conjuntura. No semestre, a Perdigão acumulou ebitda de 79,3 milhões de reais, 73,7% menos que os 301,9 milhões do mesmo período de 2005.
A companhia também terminou o semestre mais endividada. A dívida bruta cresceu 66,4% entre junho de 2005 e o mês retrasado, totalizando 1,739 bilhão de reais. A maior expansão foi o montante atrelada a moedas estrangeiras. Essa parcela, que corresponde a 1,274 bilhão de reais, avançou 106,4%. O endividamento líquido subiu 47,8%, para 1,008 bilhão. De acordo com a Perdigão, as necessidades de recursos para financiar investimentos e a compra de 51% da Batávia, além da busca por capital de giro, contribuíram para ampliar as dívidas.