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Passagem a um real da Gol começa só na sexta

Empresa adia início da promoção por "elevado volume de acessos ao site"

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

A Gol Transportes Aéreos divulgou nota nesta terça-feira (18/2) adiando o início da promoção "Vôo a 1 real" para sexta-feira (21/2). Segundo a empresa, o adiamento de dois dias aconteceu devido ao elevado volume de acessos ao site, onde estão disponibilizadas as passagens. "Por conta disso, a Gol está redimensionando os seus canais de comunicação para poder atender a demanda. No dia 21, o acesso estará reestruturado e a promoção será iniciada." A data final da promoção, estabelecida em 31 de março, foi mantida.

Essa promoção faz parte da artilharia pesada que a Gol tem na guerra das tarifas aéreas. A partir de sexta-feira, na compra de um bilhete de ida, o cliente pagará 1 real pela passagem de volta. A promoção, até 31 de março, vale para 70 trechos, em horários alternativos. A ponte aérea não está incluída. A promoção só tem uma restrição: a passagem de volta não pode ser emitida antes de cinco dias a contar da data da partida.

É assim, diz Tarcício Gargioni, vice-presidente de marketing e serviços da Gol, que a empresa tenta reduzir a ociosidade em alguns trechos e atrair passageiros de ônibus e viajantes que têm horários flexíveis. No acumulado do ano, a taxa média de ocupação na Gol está 62% - índice que cobre os custos. Na semana passada, porém, caiu a 47%. Mas o novo pacote de promoções vem logo depois de a empresa receber sinal verde para prosseguir com a venda de 20% de seu capital à companhia de seguros AIG, um negócio de 26 milhões de dólares.

As companhias acirraram as promoções há um mês na tentativa de elevar a taxa de ocupação dos vôos. Mas a estratégia ainda não surtiu o efeito desejado. Em janeiro, mês de férias, a ocupação ficou em 57%, queda média de 7,5% em relação a 2001. Na semana passada, a taxa de ocupação ficou em 51%. A TAM reduziu os preços nas passagens emitidas pela internet. A queda chega a 60% em 47 trechos e trouxe de volta a tarifa de 199 reais na ponte aérea Rio-São Paulo. A Varig não lançou campanha institucional, mas oferece tarifas com até 87% de desconto nas compras antecipadas para alguns trechos. A Vasp adotou estratégia semelhante: oferece descontos de até 87% para 95 trechos, incluindo a ponte aérea. Nenhuma dessas empresas, porém, pode competir em agressividade com a Gol, mais ágil e, ao que tudo indica, bem menos endividada.

A Gol projeta para 2002 um faturamento de 650 milhões de reais, contra os 240 milhões registrados no ano anterior. O número de passageiros transportados praticamente dobrou no ano passado: foram 4,9 milhões, contra 2,2 milhões em 2001. Já levando em conta a venda para a AIG, a Gol pretende ampliar a frota para 25 aviões e inaugurar cinco novos trechos neste ano. Se a guerra contra o Iraque ocorrer e o preço do petróleo subir muito, podemos rever alguns avanços, mas não vamos deixar de planejar a expansão por conta dessa e outras turbulências , diz Gargioni.

Na sexta-feira, o Departamento de Aviação Civil (DAC), órgão regulador do setor, anunciou que o processo de venda está dentro das normas estabelecidas pela legislação. A AIG é considerada um parceiro de peso capaz de funcionar como braço financeiro para a Gol. Estima-se que o negócio deva oferecer vantagens na captação de recursos a taxas mais baratas que as conseguidas pelos concorrentes. Para concretizar a venda, a Gol agora vai convocar assembléia do conselho administrativo e leva o negócio para análise da Secretaria de Direito Econômico (SDE). A empresa deve formalizar o processo ainda nesta semana.

Analistas do setor aéreo receberam bem a aprovação do DAC em relação ao negócio entre Gol e AIG, mas consideraram as promoções uma faca de dois gumes. Podemos ter fusões, associações e vendas no setor, mas nada disso muda os altos custos desse mercado e a queda no poder aquisitivo da população , diz o analista Roberto Reis, da Sudameris Corretora. Cerca de 80% dos custos das companhias aéreas, diz Reis, estão atrelados ao dólar e não podem ser cobertos pelo aumento das vendas através de pacotes promocionais: Mesmo que mais pessoas passem a voar, dificilmente as receitas serão suficientes para cobrir as despesas em dólar e no médio prazo essa política é insustentável .

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