Parente: Percebemos que a crise estava se tornando mais séria
Presidente da Petrobras reforçou aos investidores e analistas que sua decisão foi circunstancial e que qualquer empresa faria o mesmo que a estatal
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de maio de 2018 às 16h37.
Última atualização em 24 de maio de 2018 às 16h37.
Rio - O presidente da Petrobras, Pedro Parente , apresentou seus argumentos a investidores e analistas para justificar a decisão anunciada na quarta-feira, 23, de reduzir o preço do diesel e congelá-lo por 15 dias.
Em teleconferência, afirmou que a diretoria percebeu, ao longo do dia, que a crise provocada pela greve dos caminhoneiros estava se agravando, o que gerou a percepção de que alguma medida deveria ser tomada.
"Discutimos que poderíamos promover mudanças temporárias dentro da lei. Tenho certeza de que seguimos os melhores interesses da empresa. Oferecemos nossa contribuição para resolver o problema e estamos certos de que fizemos o melhor", disse o presidente da Petrobras.
Em reação ao anúncio feito pela empresa, os investidores castigaram as ações da petroleira, que abriram o pregão desta quinta-feira em queda. "Entendemos que a medida causou reação negativa no mercado", afirmou Parente, justificando, em seguida, que a estatal reagiu às circunstâncias nas quais estava inserida, de crise de abastecimento à população e de possibilidade de prejuízos à sua própria atividade.
Pela manhã, Parente se reuniu com o presidente da República, Michel Temer , com os ministros da Fazenda, Eduardo Guardia; dos Transportes, Valter Casimiro; de Minas e Energia, Moreira Franco; e com o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid.
"No encontro com o governo, reforçamos que não mudaremos a política de preços. Qualquer mudança só pode ocorrer dentro da legislação. Reforçamos nossa liberdade para definir os preços dos combustíveis e tivemos a confirmação do governo de que não vai interferir. A política permanecerá transparente", enfatizou.
O presidente da Petrobras reforçou ainda aos investidores e analistas que sua decisão foi circunstancial e argumentou que qualquer empresa, ainda que do setor privado, faria o mesmo que a estatal, dada sua predominância na oferta de combustíveis no País.