Para PayPal, Brasil é prioridade
Empresa americana quer expansão no mercado brasileiro – que possui hoje o crescimento mais rápido do mundo
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2011 às 19h47.
São Paulo - Desde que foi criada, em 1998, a empresa de pagamento eletrônico PayPal expande suas operações para fora dos Estados Unidos com o objetivo de dominar o comércio eletrônico mundial. Atraída pelo forte crescimento do mercado brasileiro, a empresa chegou ao país no ano passado e, nesta semana, seu presidente mundial, John Donahoe, está no país em sua primeira visita como executivo do grupo – que inclui também o eBay, a maior empresa de comércio eletrônico do mundo. E ele avisa: “Se houver uma empresa (de tecnologia) que desperte nossa atenção e possa melhorar nosso negócio, temos 8 bilhões de dólares em caixa para comprar”.
O interesse do grupo pelo Brasil não veio do nada. Em 2010, as vendas no varejo eletrônico cresceram 40% - maior alta registrada no mundo para o setor. Para os próximos cinco anos, a expectativa é de que o mercado cresça 30% anualmente. “Trata-se de um cenário de crescimento que não se vê em outro local, o que fez com que a empresa colocasse o Brasil como prioridade em seus negócios”, afirma Mario Mello, presidente da PayPal no Brasil.
Quando se fala em prioridade, não significa que a companhia tenha a intenção de transformar o país em seu principal mercado – posição ocupada indubitavelmente pelos Estados Unidos. A realidade é que, segundo Mello, todas as forças estratégicas estarão voltadas para fortalecer as operações no Brasil, enquanto o comércio eletrônico por aqui ainda não atingiu um nível de maturidade. “Pode parecer presunção, mas fornecemos um método de pagamento simples, rápido e seguro, e é disso que as pessoas precisam”, afirma o executivo.
No que se refere à rapidez, Mello explica que, ao utilizar o PayPal na hora de comprar pela internet, os usuários não precisam preencher uma dezena de lacunas de informações em cada site. “Basta inserir o login e senha e comprar, sem que as informações financeiras sejam colocadas em local algum. Elas ficam armazenadas no sistema do PayPal no momento em que o usuário se cadastra conosco”, conta o executivo.
A segurança das compras é garantida pelo certificado Payment Card Industry (PCI). Segundo Mello, se alguma compra for feita por qualquer pessoa que não seja o próprio usuário, a empresa tem por política ressarcir o valor total do débito. “É a nossa tecnologia que está em jogo, e nós acreditamos nela. Por isso oferecemos esse serviço”, diz.
Para comprovar a força da artilharia da empresa, que já conta com mais de 2,5 milhões de usuários brasileiros, John Donahoe fez uma demonstração na qual, com apenas três cliques, conseguiu comprar um produto pelo eBay no Brasil e mandá-lo para sua casa, em São Francisco, utilizando o pagamento via PayPal, em um aplicativo de smartphone. “Não tem porque essa ferramenta não dar certo no Brasil. Aliás, já está dando. Vamos até expandir a equipe de 20 para 100 pessoas”, afirma Donahoe.
Inicialmente, o PayPall utilizará os cartões de bandeira Visa e Mastercard para viabilizar as compras. Mas, a intenção da empresa é criar um mecanismo de débito em conta-corrente que evitaria as taxas retidas pelas operadoras de cartões.
Em entrevista ao site de VEJA, John Donahoe avalia as perspectivas do mercado brasileiro e aposta no crescimento da América Latina nas transações via aparelho celular.
Apesar de as compras online se desenvolverem, o mercado de pagamentos via celular ainda é incipiente. Isso é um desafio para a empresa no país?
Não, pois nosso foco é crescer em todo o mercado de internet – e não somente em pagamento móvel. Pouco a pouco as compras por esse meio vão se integrar ao cotidiano das pessoas, assim como as feitas pelo computador. Nos Estados Unidos, por exemplo, é possível reconhecer o preço de um produto apenas aproximando o celular ao código de barras. Depois, o cliente consegue automaticamente comparar o preço com o de outras lojas e fazer uma melhor decisão de compra. E isso deverá ser feito no Brasil em breve, da forma rápida com a qual as coisas estão indo.
Há algum interesse do grupo em adquirir empresas brasileiras de compras coletivas?
A princípio não. Nós já prestamos serviço para essas empresas por meio do PayPal, facilitamos o negócio delas e geramos vendas. Então, não teria porque entrarmos nesse tipo de varejo também. Já temos o eBay, que é o maior do mundo.
Existe algum outro formato de varejo online que deve suceder o eBay ou até mesmo esses sites de compra coletiva?
Creio que aparecerão inúmeros, mas que não irão substituir nada. No eBay, por exemplo, nós fizemos algumas vendas de cupons do Group On e tivemos milhares de usuários que compraram. Ou seja, fizemos uma parceria com esse tipo de loja. Então acredito que há espaço para todos os formatos – mas, obviamente, não para todas as empresas.
Adquirir empresas de tecnologia no Brasil é um plano?
Nosso foco está voltado para o crescimento do PayPal, mas estamos de olho em oportunidades. Se houver uma empresa que desperte nossa atenção e possa melhorar nosso negócio, temos 8 bilhões de dólares em caixa para comprar.
São Paulo - Desde que foi criada, em 1998, a empresa de pagamento eletrônico PayPal expande suas operações para fora dos Estados Unidos com o objetivo de dominar o comércio eletrônico mundial. Atraída pelo forte crescimento do mercado brasileiro, a empresa chegou ao país no ano passado e, nesta semana, seu presidente mundial, John Donahoe, está no país em sua primeira visita como executivo do grupo – que inclui também o eBay, a maior empresa de comércio eletrônico do mundo. E ele avisa: “Se houver uma empresa (de tecnologia) que desperte nossa atenção e possa melhorar nosso negócio, temos 8 bilhões de dólares em caixa para comprar”.
O interesse do grupo pelo Brasil não veio do nada. Em 2010, as vendas no varejo eletrônico cresceram 40% - maior alta registrada no mundo para o setor. Para os próximos cinco anos, a expectativa é de que o mercado cresça 30% anualmente. “Trata-se de um cenário de crescimento que não se vê em outro local, o que fez com que a empresa colocasse o Brasil como prioridade em seus negócios”, afirma Mario Mello, presidente da PayPal no Brasil.
Quando se fala em prioridade, não significa que a companhia tenha a intenção de transformar o país em seu principal mercado – posição ocupada indubitavelmente pelos Estados Unidos. A realidade é que, segundo Mello, todas as forças estratégicas estarão voltadas para fortalecer as operações no Brasil, enquanto o comércio eletrônico por aqui ainda não atingiu um nível de maturidade. “Pode parecer presunção, mas fornecemos um método de pagamento simples, rápido e seguro, e é disso que as pessoas precisam”, afirma o executivo.
No que se refere à rapidez, Mello explica que, ao utilizar o PayPal na hora de comprar pela internet, os usuários não precisam preencher uma dezena de lacunas de informações em cada site. “Basta inserir o login e senha e comprar, sem que as informações financeiras sejam colocadas em local algum. Elas ficam armazenadas no sistema do PayPal no momento em que o usuário se cadastra conosco”, conta o executivo.
A segurança das compras é garantida pelo certificado Payment Card Industry (PCI). Segundo Mello, se alguma compra for feita por qualquer pessoa que não seja o próprio usuário, a empresa tem por política ressarcir o valor total do débito. “É a nossa tecnologia que está em jogo, e nós acreditamos nela. Por isso oferecemos esse serviço”, diz.
Para comprovar a força da artilharia da empresa, que já conta com mais de 2,5 milhões de usuários brasileiros, John Donahoe fez uma demonstração na qual, com apenas três cliques, conseguiu comprar um produto pelo eBay no Brasil e mandá-lo para sua casa, em São Francisco, utilizando o pagamento via PayPal, em um aplicativo de smartphone. “Não tem porque essa ferramenta não dar certo no Brasil. Aliás, já está dando. Vamos até expandir a equipe de 20 para 100 pessoas”, afirma Donahoe.
Inicialmente, o PayPall utilizará os cartões de bandeira Visa e Mastercard para viabilizar as compras. Mas, a intenção da empresa é criar um mecanismo de débito em conta-corrente que evitaria as taxas retidas pelas operadoras de cartões.
Em entrevista ao site de VEJA, John Donahoe avalia as perspectivas do mercado brasileiro e aposta no crescimento da América Latina nas transações via aparelho celular.
Apesar de as compras online se desenvolverem, o mercado de pagamentos via celular ainda é incipiente. Isso é um desafio para a empresa no país?
Não, pois nosso foco é crescer em todo o mercado de internet – e não somente em pagamento móvel. Pouco a pouco as compras por esse meio vão se integrar ao cotidiano das pessoas, assim como as feitas pelo computador. Nos Estados Unidos, por exemplo, é possível reconhecer o preço de um produto apenas aproximando o celular ao código de barras. Depois, o cliente consegue automaticamente comparar o preço com o de outras lojas e fazer uma melhor decisão de compra. E isso deverá ser feito no Brasil em breve, da forma rápida com a qual as coisas estão indo.
Há algum interesse do grupo em adquirir empresas brasileiras de compras coletivas?
A princípio não. Nós já prestamos serviço para essas empresas por meio do PayPal, facilitamos o negócio delas e geramos vendas. Então, não teria porque entrarmos nesse tipo de varejo também. Já temos o eBay, que é o maior do mundo.
Existe algum outro formato de varejo online que deve suceder o eBay ou até mesmo esses sites de compra coletiva?
Creio que aparecerão inúmeros, mas que não irão substituir nada. No eBay, por exemplo, nós fizemos algumas vendas de cupons do Group On e tivemos milhares de usuários que compraram. Ou seja, fizemos uma parceria com esse tipo de loja. Então acredito que há espaço para todos os formatos – mas, obviamente, não para todas as empresas.
Adquirir empresas de tecnologia no Brasil é um plano?
Nosso foco está voltado para o crescimento do PayPal, mas estamos de olho em oportunidades. Se houver uma empresa que desperte nossa atenção e possa melhorar nosso negócio, temos 8 bilhões de dólares em caixa para comprar.