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Para essa multinacional, ter uma equipe diversa rende descontos

A seguradora criou um desconto no seguro de vida para empresas com maior equidade entre homens e mulheres

Mulheres: Entre as empresas que já foram beneficiadas pelo desconto estão a Johnson & Johnson, Starbucks Brasil, entre outros (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

Mulheres: Entre as empresas que já foram beneficiadas pelo desconto estão a Johnson & Johnson, Starbucks Brasil, entre outros (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 9 de março de 2020 às 08h00.

Última atualização em 9 de março de 2020 às 15h58.

A Metlife, uma seguradora multinacional que faturou 69,6 bilhões de dólares no ano passado, quer dar descontos aos seus clientes.

Empresas que tiverem maior equidade, ou seja, com no mínimo 40% de mulheres e salário médio das funcionárias maior ou de pelo menos 90% do salário médio dos homens, têm desconto ao contratar o seguro de vida da seguradora.

O produto foi criado no final de 2018 e oferece descontos de no máximo 3%. O valor do corte não é tão alto, mas Paula Toguchi, superintendente de produto, acredita que é importante que as empresas se atentem para a igualdade de gênero dentro de suas organizações.

Para avaliar o nível de equidade de uma empresa, a Metlife usa dados que já estavam disponíveis para sua análise do valor do seguro de vida oferecido aos funcionários.

Entre as empresas que já foram beneficiadas pelo desconto estão a Johnson & Johnson, Starbucks Brasil, entre outros. 

A Metlife tem cerca de 150 anos, presente em 40 países e está há 20 anos no Brasil. Por aqui, quase 90% de seu faturamento vem do seguro de vida - ou seja, o novo produto pode ter um impacto significativo em seu negócio.

O produto também ajuda a diferenciar o produto da Metlife em relação a outras seguradoras, diz a superintendente. "Os seguros são commodities e padronizados. Queríamos um produto novo", afirma.

Equidade e lucro

De acordo com Toguchi, a preocupação com igualdade de gênero e diversidade dentro da Metlife Brasil passou a ser mais relevante a partir de 2014. A companhia criou um comitê de discussão voltado a mulheres, para discutir se suas políticas internas estavam dando oportunidades iguais para homens e mulheres, em diversos níveis de carreira. Há ainda um comitê afro e outro chamado "glam", que reúne discussões em torno de orientação sexual e identidade de gênero.

O comitê de mulheres gerou mudanças nas políticas, como adaptação nos horários e cargas de trabalho para dar mais flexibilidade para que pais pudessem acompanhar filhos na escola ou no pediatra, por exemplo. Também criou uma sala de lactário dentro da empresa.

Mais do que tornar o ambiente de trabalho mais igualitário, a ideia pode ajudar empresas - e países - a se desenvolverem economicamente. O levantamento “The future of women at work” mostra que um avanço mediano na igualdade de gênero nos setores privado, público e social poderia adicionar 12 trilhões de dólares à economia global até 2025.

A pesquisa foi realizada pela consultoria McKinsey com base em 700 empresas de capital aberto em seis países da América Latina (Brasil, Chile, Peru, Colômbia, Panamá e Argentina).

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