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Apresentado por GOVERNO DO PARÁ

Pará vira referência global com a primeira carne bovina 100% rastreada

Embarque histórico com mais de 350 animais certificados inaugura uma nova etapa de competitividade global e eleva o padrão da carne brasileira

Carne bovina rastreável: governo do Pará anunciou a meta de ampliar o sistema para 100% do rebanho até 2030  (Bruno Cecim/Ag. Pará/Divulgação)

Carne bovina rastreável: governo do Pará anunciou a meta de ampliar o sistema para 100% do rebanho até 2030 (Bruno Cecim/Ag. Pará/Divulgação)

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Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 10h20.

O Pará iniciou em 2025 um movimento que reposiciona seu papel na pecuária brasileira: a primeira exportação de carne bovina com rastreabilidade individual reconhecida internacionalmente.

O lote de 108 toneladas, embarcado para a Ásia com mais de 350 animais Nelore identificados um a um, marca a estreia de um modelo que une controle sanitário, comprovação ambiental e competitividade global — um passo decisivo para um Estado que reúne 26 milhões de cabeças de gado e busca consolidar o legado econômico pós-COP30.

A operação inaugurou o Sistema de Rastreabilidade Bovina Individual do Pará, o SRBIPA, tecnologia que acompanha a vida do animal desde o nascimento. O modelo atende a critérios exigidos por mercados que pagam mais por transparência total, como União Europeia, Estados Unidos e China. Para o Estado, significa reduzir barreiras comerciais, fortalecer práticas sustentáveis e abrir uma rota permanente para contratos de maior valor agregado.

Com o sucesso da primeira remessa, o governo anunciou a meta de ampliar o sistema para 100% do rebanho até 2030, conforme o Decreto nº 5.074, publicado no início deste mês. Se atingida, a marca fará do Pará o primeiro Estado da Amazônia Legal a controlar individualmente cada bovino produzido — um diferencial econômico e político, tendo em vista que a origem da carne se tornou pauta global.

Rastreabilidade individual: sistema opera com brincos visuais e eletrônicos que conectam cada etapa do ciclo produtivo às bases sanitárias do Estado (Bruno Cecim/Ag. Pará/Divulgação)

Transparência como moeda de competitividade

A rastreabilidade individual opera com brincos visuais e eletrônicos que conectam cada etapa do ciclo produtivo às bases sanitárias do Estado. O sistema reduz fraudes, facilita auditorias e comprova que o animal não está associado a áreas embargadas por desmatamento — critério decisivo para compradores internacionais.

O desempenho inicial reforça o potencial do modelo. O primeiro lote certificou ganho médio de 592 quilos por animal, somando mais de 7.212 arrobas rastreadas com precisão. O resultado impulsionou frigoríficos paraenses, que já sinalizam novos investimentos para ampliar a produção apta a mercados premium.

Inclusão produtiva e novas oportunidades no campo

A transformação também alcança pequenos e médios produtores, que representam mais de 70% das propriedades rurais do Pará. Com a certificação individual, eles passam a ter acesso a programas de compra pública, cooperativas de valor agregado e linhas de crédito que antes eram restritas aos grandes exportadores.

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) lançou uma agenda contínua de capacitação, voltada ao manejo adequado, à identificação dos animais e ao processo de certificação. A expectativa é que a inclusão produtiva avance junto da expansão do sistema, elevando renda e qualificando a cadeia de ponta a ponta.

Inclusão produtiva: transformação também alcança pequenos e médios produtores, que representam mais de 70% das propriedades rurais do Pará (Bruno Cecim/Ag. Pará/Divulgação)

Política pública e o papel dos mercados

De acordo com o governo do Pará, a implantação do SRBIPA integra a estratégia estadual de modernização rural, baseada em tecnologia, governança de dados e economia verde. Mas o avanço depende da disposição dos compradores internacionais em reconhecer financeiramente quem produz com mais responsabilidade ambiental.

Foi o que destacou o governador Helder Barbalho, em declaração central para o debate econômico sobre rastreabilidade: “Ou nós convencemos os mercados de que boas práticas precisam ter reconhecimento objetivo, capitalista, mercadológico. Ou não vamos conseguir imputar ao produtor que arque sozinho com custos adicionais para rastrear cada animal. Se o mercado não valorizar esse movimento, ele não vai compreender que vale a pena.”

A fala do governador sintetiza a posição do Estado: a transição para cadeias mais sustentáveis não pode ser sustentada apenas pelo produtor; precisa ser remunerada de forma compatível com a transformação que exige.

O que vem a seguir

O plano para 2025–2030 inclui integração de novos frigoríficos, modernização de auditorias, expansão da cobertura tecnológica e ampliação da qualificação em campo. A meta, segundo o governo, é consolidar o Pará como referência nacional em carne rastreada e ampliar a participação do Estado na oferta global de proteína bovina de baixo impacto ambiental.

A primeira exportação individualizada funciona como um cartão de visita: revela que a tecnologia está pronta, que o setor produtivo respondeu e que o Pará enxerga na rastreabilidade não um custo, mas uma oportunidade de abrir mercados, atrair investimento e liderar uma economia rural que combina produtividade e sustentabilidade — agora, com reconhecimento internacional.

Clique aqui para saber mais sobre o decreto que amplia o prazo de rastreabilidade bovina.

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