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Pão de Açúcar avalia compra de drogarias e postos

Por Chiara Quintão São Paulo - O Grupo Pão de Açúcar avalia oportunidades de aquisições de postos de combustíveis e drogarias, segundo o vice-presidente executivo de Operações, Enéas Pestana. "Estamos olhando aquisições em todos os segmentos que façam sentido - alimentos, não alimentos, postos de gasolina e drogarias. Hoje nos consideramos varejistas e não só […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.

Por Chiara Quintão

São Paulo - O Grupo Pão de Açúcar avalia oportunidades de aquisições de postos de combustíveis e drogarias, segundo o vice-presidente executivo de Operações, Enéas Pestana. "Estamos olhando aquisições em todos os segmentos que façam sentido - alimentos, não alimentos, postos de gasolina e drogarias. Hoje nos consideramos varejistas e não só varejistas de alimentos", afirmou.

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Os investimentos em postos e drogarias serão feitos não só dentro das lojas do grupo. "Estamos aprendendo a operar postos de gasolina e drogarias com rentabilidade e retorno." O mais provável é que os postos e as drogarias fora das lojas do grupo tenham a bandeira Extra.

Conforme o executivo, os dois segmentos puxam a margem do grupo para baixo, mas dão retorno. "Olhamos se o negócio é rentável e tem aderência estratégica conosco." Questionado se o grupo poderia comprar redes de vestuário, ele respondeu que "eventualmente sim". Segundo Pestana, tem havido mais flexibilidade nas negociações de compra e venda, pois muitas empresas passaram por dificuldades na época da crise em razão da falta de liquidez. "As empresas estão mais abertas a discussões, mas não dá para dizer que as aquisições estão mais baratas", disse.

Investimentos

Os investimentos de R$ 5 bilhões que o Pão de Açúcar fará nos próximos três anos serão financiados por meio de geração de caixa, segundo Pestana. Se necessário, o Pão de Açúcar poderá ampliar seu endividamento para financiar os investimentos previstos para o período de 2010 a 2012.

O grupo tem o limite de dívida líquida abaixo de uma vez o lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês), mas, conforme o executivo, pode ultrapassá-lo. Isso porque trata-se de um "limite interno", de acordo com Pestana. Hoje, o Grupo anunciou seu plano para o triênio 2010-2012, com investimento recorde de R$ 5 bilhões. O valor não inclui aquisições. "Mas, eventualmente, aquisições podem substituir investimentos no crescimento orgânico", disse Pestana.

Faturamento

O faturamento do Pão de Açúcar deve ficar acima de R$ 40 bilhões este ano, segundo o vice-presidente executivo de Operações. Conforme o executivo, o grupo chega a esse valor de faturamento apenas somando as aquisições já feitas. "Estamos muito otimistas. O ano será excelente para o varejo dado o aquecimento do consumo", afirmou, ressaltando que o setor vai se beneficiar pela geração de emprego e renda decorrente do ano eleitoral e do crescimento do mercado imobiliário.

De acordo com Pestana, o crescimento das vendas nos próximos três anos será superior ao da inflação. Hoje, a companhia anunciou seu plano de investimento para o triênio 2010-2012, com valor recorde de R$ 5 bilhões no Brasil. O plano inclui a abertura de aproximadamente 300 novas lojas até 2012. A expectativa para 2010 é de inauguração de 100 lojas.

No valor anunciado, não estão incluídos os investimentos em Casas Bahia, Ponto Frio e Sendas. Na prática, o Grupo Pão de Açúcar poderá, portanto, investir mais de R$ 5 bilhões neste período. No momento, não é prioridade da companhia abrir lojas das Casas Bahia e do Ponto Frio. Pestana destacou que os atos societários da associação com as Casas Bahia ainda estão sendo concluídos e que o processo está em andamento no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). "Vamos ver o que pode haver de sinergia e integração de valor. As Casas Bahia são um modelo de sucesso, e a família Klein é a guardiã disso", disse o executivo.

Embora o Ponto Frio já tenha sido consolidado nos negócios da empresa, a opção por não incluí-lo no plano de investimentos já divulgado deveu-se à associação com a Casas Bahia. "Pode haver conversões de lojas depois que o Cade aprovar o negócio. As Casas Bahia são voltadas para as faixas C, D e E, enquanto o Ponto Frio abrange as faixas B, C e alguma coisa da D. Um plano de investimentos para o Ponto Frio que não incluísse a visão estratégica das Casas Bahia seria um erro", contou Pestana.

Em dezembro, a varejista Walmart divulgou que neste ano iria investir de R$ 2 bilhões a R$ 2,2 bilhões no Brasil, e abrir de 100 a 110 lojas. Considerando que o Pão de Açúcar pretende investir R$ 5 bilhões em três anos, o valor anual fica abaixo do anunciado pelo Walmart para 2010. "Mas considerando as aquisições, a tendência é investirmos mais que o concorrente", disse Pestana.

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