São Paulo - Para qualquer time de futebol, completar 100 anos é motivo de comemoração. A exceção à regra pode ser o Palmeiras, que se envolveu numa briga com a construtora WTorre e pode chegar ao centenário sem um estádio à altura para a festa.

E tudo isso por conta de uma questão muito simples: cadeiras. Na futura arena Allianz Parque, elas serão 40 mil. Dona do espaço pelos próximos 30 anos, a WTorre reclama o direito de explorá-las como bem entender - cedendo parte dos lugares ao Palmeiras. Já o clube diz que, por contrato, a construtora tem direito a apenas 10 mil assentos.

De acordo com o Estadão, Palmeiras e WTorre interpretam o acordo de formas diferentes e a questão terá de ser arbitrada pela Câmara de Comércio Brasil-Canadá - como prevê o contrato. Com obras iniciadas em 2010 e entrega prevista inicialmente para abril de 2014, agora a Allianz Parque pode não estar pronta nem em agosto - quando o Palmeiras completa 100 anos.

Ira de Nobre

Segundo o jornal, a discussão ganhou mais fôlego nessa semana - quando Walter Torre, dono da construtora, teria afirmou que o estádio pertencia à construtora. A declaração provocou a ira do presidente do Palmeiras, que na terça convocou uma entrevista coletiva.

"A Allianz Parque é a casa do palmeirense", afirmou Paulo Nobre na ocasião. Além disso, ele avisou que "ninguém passará o Palmeiras para trás" e que não teme atrasos na obra. "Estamos decidindo o futuro do Palmeiras em 30 anos", afirmou o presidente.

Por trás da briga, estariam em jogo de 300 a 700 milhões de reais. Esse é o dinheiro que o clube perderia caso não pudesse controlar as 30 mil cadeiras e o preço dos ingressos no estádio. Hoje, o Palmeiras luta para pagar uma dívida de 300 milhões de reais.