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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
Rio de Janeiro - A OSX, empresa controlada por Eike Batista que atua em construção e afretamento de unidades de exploração e produção de petróleo, obteve um financiamento de 420 milhões de dólares com um grupo de bancos para a construção da primeira plataforma da OGX.
O prazo do empréstimo será de oito anos e meio, informou à Reuters o diretor financeiro e de relações com o mercado, Roberto Monteiro.
A OSX é a caçula das companhias do grupo EBX, de Eike. A companhia captou quase 3 bilhões de reais com uma oferta inicial na Bovespa neste ano, apesar de inicialmente pretender levantar bem mais do que isso, e tem uma demanda inicial de prover 48 unidades de produção para a OGX, a petroleira do grupo.
"Vamos assinar (a operação com os bancos) aqui no Rio de Janeiro, durante a Marine Money em setembro", disse o executivo, referindo-se à primeira edição brasileira da feira de negócios do setor naval que tradicionalmente era realizada apenas nos EUA e na Noruega.
A operação é liderada pelo norueguês DVB Bank e integrada também pelo ING, Santander, Credit Agricole e ABN.
O valor total da primeira plataforma da OGX, que será instalada na bacia de Campos e tem previsão de chegar ao Brasil em meados de 2011, será de 600 milhões de dólares. A capacidade da unidade é de produzir 100 mil barris diários de petróleo.
"Esta unidade custou menos porque compramos o modelo básico de uma empresa que a construiu e quebrou depois, a Nexus, e mandamos customizar em Cingapura", disse o executivo que ficou 10 anos na companhia de logística ALL antes de entrar para o grupo de Eike.
Já a segunda plataforma da OGX que está em licitação será maior e provavelmente mais cara do que a primeira.
"Ela deve ser feita em um casco de VLCC (very large crude carrier), um dos maiores navios de petróleo", informou o diretor, explicando que a capacidade total vai depender do campo onde a OGX decidirá instalá-la.
Para a segunda unidade, Monteiro está fazendo um levantamento do preço em estaleiros brasileiros e internacionais, para que depois a OGX negocie com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis o patamar de conteúdo nacional que será estipulado.
Ele afirmou que apesar do incentivo do governo brasileiro ao setor, o processo de crescimento da área naval no país é lento e a indústria ainda levará tempo para amadurecer. Uma questão no entanto não deixa dúvidas, segundo Monteiro, "para atingir o conteúdo nacional exigido só com estaleiro no país", afirmou.
O diretor explicou que com os estaleiros no país pelo menos a mão-de-obra já está garantida, e em alguns casos pode corresponder a 55 por cento da contabilização total do conteúdo nacional de uma plataforma.
Local do estaleiro
A empresa no entanto ainda segue na dúvida sobre o local onde construirá o seu estaleiro e aguarda a liberação de licenças ambientais prévias, tanto do Estado de Santa Catarina, onde o processo está mais adiantado, quanto no Rio de Janeiro, local alternativo, cujo pedido de licença foi feito em junho.
"No final do ano vamos sentar e decidir levando em conta o licenciamento ambiental", informou, explicando que aguarda para outubro o licenciamento em Santa Catarina e para dezembro no Rio de Janeiro.
Segundo Monteiro, o problema do impacto da dragagem na comunidade de golfinhos de Santa Catarina, motivo para o atraso da licença, será contornado após estudos feitos por uma empresa vinculada à Universidade Federal de Santa Catarina mostrarem que os golfinhos já estão desaparecendo da área devido à poluição da região.
"O estudo mostra que os golfinhos caíram de 200 para 50 nos últimos 20 anos por causa de poluição. Estamos propondo ao Instituto Chico Mendes (ICMbio) investir para reduzir essa poluição", informou.
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