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Os planos do Facebook para mudar o mundo

A companhia tem planos para melhorar, através da sua plataforma, as interações mais significativas das pessoas em sociedade

SAN FRANCISCO, CA - SEPTEMBER 22:  Facebook CEO Mark Zuckerberg delivers a keynote address during the Facebook f8 conference on September 22, 2011 in San Francisco, California. Facebook CEO Mark Zuckerberg kicked off the conference introducing a Timeline feature to the popular social network.  (Photo by Justin Sullivan/Getty Images)

SAN FRANCISCO, CA - SEPTEMBER 22: Facebook CEO Mark Zuckerberg delivers a keynote address during the Facebook f8 conference on September 22, 2011 in San Francisco, California. Facebook CEO Mark Zuckerberg kicked off the conference introducing a Timeline feature to the popular social network. (Photo by Justin Sullivan/Getty Images)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 18 de fevereiro de 2017 às 08h00.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2017 às 16h02.

São Paulo – O Facebook quer ser muito mais do que uma rede social. O seu desejo é se tornar uma ferramenta para melhorar o mundo.

O presidente e fundador da rede social, Mark Zuckerberg, postou um tratado sobre o futuro da empresa e os principais planos da companhia para ajudar a construir comunidades mais fortes.

O texto, chamado “Construindo uma Comunidade Global”, começa com a pergunta “estamos construindo o mundo que todos nós queremos?”

A companhia tem planos para melhorar, através da sua plataforma, as interações mais significativas das pessoas em sociedade e suas relações com a família, amigos e governantes.

No texto, há ações para aperfeiçoar as formas como as pessoas resolvem problemas pessoais, buscam apoio de comunidades, conversam com seus governantes e leem notícias, tudo dentro de sua rede social.

Em cinco pontos, Zuckerberg detalha os planos para construir comunidades de suporte, seguras, mais informadas, inclusivas e que engajem os cidadãos politicamente.

Fortalecer as comunidades

Com o aumento da globalização, ficou mais fácil se conectar globalmente. No entanto, os grupos locais, como igrejas, clubes, sindicatos e organizações, perderam força nas últimas décadas, afirma o Facebook.

A rede social almeja fortalecer comunidades locais. Segundo ela, 100 milhões de pessoas participam de grupos “muito significativos”, que se tornam parte importante da vida das pessoas. Um exemplo são grupos de paternidade ou de portadores de certas doenças, que unem pessoas com problemas e experiências em comum.

Para fortalecer esses grupos, a rede quer melhorar as ferramentas atualmente disponíveis para os administradores. Outra ideia é criar comunidades dentro de grandes grupos. Um grupo de uma escola, por exemplo, pode ter divisões entre as classes.

Maior segurança

“Problemas como terrorismo, desastres naturais, crises de refugiados e mudanças climáticas precisam de respostas coordenadas de um ponto de vista mundial. Nenhuma nação consegue solucioná-los sozinha”, diz Zuckerberg.

Segundo ele, “a comunidade do Facebook está em uma posição única para ajudar a prevenir danos, dar assistência durante uma crise ou unir pessoas para reerguer depois disso”.

O presidente da empresa citou que a rede social incentivou a arrecadar US$ 15 milhões para a reconstrução do Nepal depois de um terremoto e que os Safety Checks, avisos de que amigos e familiares estão seguros depois de ataques ou catástrofes naturais, já foram usados em mais de 500 ocasiões nos últimos dois anos.

No entanto, ainda há muito o que fazer. Zuckerberg planeja desenvolver uma inteligência artificial que entenda o que acontece na rede e previna danos. Diversas pessoas dão sinais de depressão ou pensamentos suicidas em seus posts – e poucos chegaram a transmitir mortes pela rede, por exemplo. O objetivo também será identificar quando um post se trata de uma notícia sobre terrorismo ou uma propaganda terrorista tentando recrutar adeptos.

Informações relevantes

O Facebook recebeu diversas críticas sobre o surgimento de bolhas ideológicas por conta de seus filtros e algoritmos, criados para mostrar apenas notícias ou postagens que fossem interessantes para os leitores.

Além disso, também foi atacado pelo aumento na divulgação de notícias falsas ou sensacionalistas. Ambos problemas ampliam a polarização política de opiniões e a falta de compreensão do outro lado.

Zuckerberg se defende, afirmando que “as redes sociais fornecem mais pontos de vista do que a mídia tradicional jamais fez”.

No entanto, concorda que é necessário fornecer um panorama mais amplo dos fatos, algo desafiador para uma rede social, que tende a simplificar esses debates. Ainda mais porque um programa de computador dificilmente conseguiria distinguir entre uma notícia falsa ou sensacionalista, sátiras ou opiniões.

Por isso, a rede irá identificar e divulgar mais os veículos de mídia ou agentes com informações de qualidade, verdadeiras e que ofereçam uma visão completa dos fatos.

Engajamento político

Na jornada para construir um mundo melhor, o Facebook também quer mudar as relações que os cidadãos têm com seus representantes políticos.

O primeiro passo foi dado nas eleições do ano passado, nos Estados Unidos. Mais de 2 milhões de norte-americanos se registraram para votar através da rede social.

Além disso, a rede pretende se tornar um canal de comunicação entre líderes e cidadãos. Na Índia, o primeiro ministro pediu a seus ministros que divulgassem suas decisões no Facebook, para receber respostas dos eleitores em tempo real.

No Quênia, comunidades têm grupos do Whatsapp com seus governantes para tomar decisões em conjunto e na Islândia é comum marcar políticos em discussões relevantes, para que eles possam levar essas questões ao parlamento, diz o texto.

Inclusão

Outra crítica constante ao Facebook são suas políticas de exclusão de conteúdo. Fotos de amamentação, assim como vídeos denunciando violência policial e imagens históricas, como a garota queimada com napalm na guerra do Vietnã, foram bloqueadas por serem consideradas impróprias.

Zuckwerberg afirma que as políticas para bloquear uma postagem ou não devem ser atualizadas e firmadas de acordo com uma região ou país, para que se adeque à cultura do local.

Mais do que isso: esses padrões serão escolhidos pelos próprios usuários da rede social, que irão decidir os níveis de violência, nudez ou ofensa religiosa que serão permitidos naquela região. Assim, a política interna da rede refletirá os padrões morais e a cultura do local.

“Estou honrado de estar nessa jornada com vocês. Obrigado por fazer parte dessa comunidade e obrigado por tudo o que fazem para tornar esse mundo mais aberto e conectado”, disse Zuckerberg.

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