Abilio Diniz: empresário faleceu neste domingo, 19 (Leandro Fonseca/Exame)
Conunista da EXAME
Publicado em 19 de fevereiro de 2024 às 10h41.
Última atualização em 19 de fevereiro de 2024 às 13h07.
Há um ditado popular que diz: "Quem quer, faz". A mensagem é das mais diretas possíveis: o sucesso é resultado de trabalho — mas de trabalho em que se põe a mão. Elaborar esquemas sem um conhecimento direto e em primeira mão do que se vai fazer é o atalho para o fracasso. Abilio Diniz, que foi um dos maiores empresários do Brasil, tinha nisso uma das linhas mestras de sua vida — profissional e privada.
Não foi por acaso que construiu, entre os anos 1980 e o início do século 20, o segundo maior grupo varejista em tamanho na América Latina (à frente, só a operação do Walmart no México). A mentalidade "hands on" foi o que o fez atravessar o período difícil para o grupo GPA nos anos 1990, para deixar como legado um grupo empresarial de classe mundial.
Abilio foi um homem preocupado com o Brasil. Acompanhou de bem perto a evolução do tema da reforma tributária, uma das pautas cruciais para elevar o Brasil à categoria das principais economias globais. Foi um agudo crítico do sistema tributário brasileiro, que sucateou o setor industrial do país sem devolver qualquer benefício — pelo contrário.
Foi justamente para lembrar a importância da reforma tributária para o setor industrial (e, na verdade, para a economia como um todo) que ele participou de um encontro da Esfera Brasil, em setembro de 2022, com o então candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva. Foi como assistir a história sendo escrita em tempo real acompanhar a conversa de dois homens genuinamente comprometidos com o crescimento do país — e, igualmente importante: com a felicidade de todos os brasileiros.
Abilio repetia a quem quisesse ouvir que jamais se cansaria de se dedicar ao Brasil. Com seu trabalho e com suas ideias, ele agora estará presente como inspiração de todos os que querem um Brasil melhor, mais justo, mais rico. Mas não os que apenas querem, e sim dos que, como ele, vão à luta e põem a mão na massa.