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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
Desde 2002 as operações de fusões e aquisições, reestruturações societárias e ofertas públicas de aquisição (OPAs) não registravam um volume financeiro tão alto quanto no ano passado. Elas totalizaram 131,7 bilhões de reais em 2006. Segundo a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), o número representa um salto de 237% sobre o volume financeiro registrado no ano anterior.
As aquisições de empresas estrangeiras por companhias brasileiras se destacaram. Esse tipo de operações representou 67% do total de transações, uma soma de 53,95 bilhões de reais. O ano foi permeado por acordos de grosso calibre. Entre eles, estão a compra da canadense Inco pela Companhia Vale do Rio Doce, a aquisição das operações brasileiras do Bankboston pelo Banco Itaú e o arremate da Quinsa pela Ambev.
Que as empresas nacionais estão investindo em crescimento não é novidade. A surpresa foi constatar o nível de aceleração deste processo. "É uma situação nova de mercado, elas se consolidam através do mesmo segmento, o que torna tudo muito rápido", ponderou o coordenador da subcomissão de Fusões e Aquisições da Anbid, Luiz Antônio França. Ele acrescentou que não há como prever se, em 2007, os resultados serão tão espetaculares quanto os de 2006.
Nas fusões e aquisições consideradas "puras", a Anbid registrou uma diferença de 69,7 bilhões de reais em operações, comparando o resultado de 2006 com o de 2005, e um crescimento de 348% entre os dois anos. Já as reestruturações societárias e as ofertas públicas de ações resultaram numa soma de 42 bilhões de reais - mais que o dobro de 2005.
O grande responsável pela maioria das operações de aquisições e fusões foi o setor de metalurgia e siderurgia. Os negócios representaram 34,05% dos 131,7 bilhões contabilizados. Em segundo e terceiro lugar ficaram, respectivamente, os setores de telecomunicações e financeiro. Não há um estudo setorial para saber quais, no futuro, serão os prováveis líderes em aquisições. Mas, segundo França, a julgar pelos resultados dos últimos anos, a liderança continuará com o mesmo setor.
Numa lista que constava somente operações encerradas, a Andib montou o ranking com as aquisições mais grandiosas. O banco Credit Suisse ficou em primeiro lugar, por ser responsável por fusões e aquisições de 50,67 bilhões de reais. Em segundo lugar estava o Goldman Sachs, com participação que totalizou 45,92 bilhões de reais e em terceiro o UBS Pactual, com 41,77 bilhões de reais. Outros rankings, considerando reestruturações societárias e ofertas públicas de ações ou o número de operações em que cada instituição financeira se envolveu também foram feitos.